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Oposição em Lisboa contra plano da Carris sem "alterações significativas"

Os vereadores do PSD, CDS-PP e PCP na Câmara de Lisboa votaram hoje contra os instrumentos de gestão da Carris, por considerarem que não são introduzidas "alterações significativas" no funcionamento da rodoviária agora detida pelo município.

Oposição em Lisboa contra plano da Carris sem "alterações significativas"
Notícias ao Minuto

20:26 - 25/05/17 por Lusa

Política Carris

Em reunião privada, a proposta, que consagra o plano de atividades e orçamento da empresa para 2017, acabou por ser aprovada pela maioria socialista (inclui o movimento Cidadãos por Lisboa).

Em declarações à agência Lusa no final do encontro, o vereador do PSD António Prôa defendeu que o documento "comprova que as expectativas criadas pelo presidente da Câmara [o socialista Fernando Medina] relativas à melhoria do serviço não vão ter consequência prática", já que "não há condições para criar diferenças significativas" no funcionamento da rodoviária.

Como exemplo, apontou que "não se vai verificar já o aumento de autocarros", porque "ao número anunciado tem de se subtrair os que vão deixar de estar ao serviço" dado o estado de conservação.

Prevê-se que em julho sejam lançadas quatro novas linhas de bairro (Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santa Clara), mas a medida é questionada por António Prôa por os autocarros que existem "não chegarem sequer para o serviço atual".

O mesmo verifica-se em relação aos elétricos, visto que, apesar de se prever um alargamento da rede, "não se vai adquirir um único elétrico nos próximos anos", notou.

"Não achamos que se deva investir muito mais porque temos reservas quanto ao impacto financeiro, mas achamos que a Câmara não devia ter criado expectativas", reforçou.

Posição semelhante tem o vereador centrista, João Gonçalves Pereira, que adjetivou Fernando Medina como "um verdadeiro ilusionista político, que tenta iludir os lisboetas com muita propaganda na Carris".

"Quando descemos à terra e vemos os números relativos à evolução da frota até 2020, [...] percebemos que se trata de um acréscimo de apenas 6%", de 600 para 637, apontou.

Já o comunista Carlos Moura assinalou que "o investimento previsto assenta na compra de veículos apenas para colmatar outros em fim de vida".

Além disso, disse temer "o caminho para o endividamento" da empresa.

Em resposta escrita enviada à Lusa, o vereador das Finanças, João Paulo Saraiva, revela uma opinião diferente, frisando que estes instrumentos de gestão previsional são "mais um passo fundamental" no funcionamento da empresa.

"São linhas orientadoras para um serviço que queremos que volte efetivamente a servir a população, depois de uma quebra notória nos últimos anos", vincou.

Em meados de maio, a Câmara de Lisboa anunciou que vai investir 80 milhões de euros na rodoviária até 2019, dos quais 61 milhões de euros (76%) na renovação da frota de autocarros.

De acordo com os dados apresentados na altura, em 2017 haverá um investimento de 12,4 milhões de euros, número que sobe para 38,1 milhões de euros em 2018 e passa para 30,1 milhões de euros em 2019.

Além da renovação da frota, o investimento abrange áreas como a aquisição de equipamentos e manutenção de infraestruturas.

Na reunião, foram também aprovadas por maioria as propostas relativas à emissão de um parecer desfavorável a um pedido de informação prévia que prevê a demolição de um restaurante em Belém para dar lugar a um hotel de luxo e a um pedido de licenciamento que visa reconverter o antigo Convento de Santa Joana, em Santo António, num edifício com apartamentos turísticos e de habitação e com área comercial.

Já por unanimidade foi aprovada a venda ao Ministério da Saúde, por 4,2 milhões de euros, de cinco parcelas de terreno, em Marvila, que, juntamente com áreas já alienadas, se destinam à construção do Hospital Todos os Santos.

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