PCP confronta Governo com necessidade de aumentar produção nacional
O grupo parlamentar comunista confronta hoje o Governo socialista no Parlamento com as medidas para aumentar a produção nacional, numa interpelação com mais de duas horas de debate previstas.
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Política Parlamento
"Iremos colocar a realidade do país porque há crescimento económico referenciado, mas continuam a existir constrangimentos como decorrem desde 2002, da entrada de Portugal na moeda única, que, com períodos de recessão e crescimento, conduziram ao não avanço da produção nacional nos últimos 15 anos", disse à Lusa o dirigente do PCP Francisco Lopes.
O deputado comunista explicou que o objetivo é questionar "o Governo minoritário do PS" relativamente às "condições para o desenvolvimento da produção nacional, com uma perspetiva de pleno emprego", a fim do "aproveitamento de recursos naturais e de todo o tipo e do potencial e da capacidade dos trabalhadores e do povo portugueses".
"No fundo, há que proceder à reindustrialização do país, um setor desmantelado pelos Planos de Estabilidade e Crescimento e o pacto de agressão da 'troika', também através do desenvolvimento científico e tecnológico, que permita a qualificação dos trabalhadores e valorização dos seus salários", defendeu, salientando o objetivo de "redução dos horários de trabalho (35 horas para todos) e diversificação do financiamento da Segurança Social, com as empresas a pagarem pelos lucros, a partir de certo montante.
Segundo o membro da comissão política do Comité Central do PCP, Portugal tem de ter "soberania alimentar e energética" para "diminuir dependência do exterior e aproveitar as capacidades próprias, nomeadamente recursos minerais, mas numa conceção de fileira produtiva, tendo em conta as questões ambientais e de sustentabilidade económica, e também o mar, com uma visão estratégica para o futuro".
Francisco Lopes não descurou também a "aposta nos serviços, incluindo o turismo, sem depender das conjunturas internacionais, e com reforço da qualificação e dos salários porque é o que fica, realmente, no país como valor acrescentado".
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