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Le Pen "não tinha noção de como governar", mas Macron "é um mistério"

Para Miguel Sousa Tavares, Marine Le Pen revelou, além de uma ideologia extremista, "não ter noção nenhuma da realidade". Apesar disso, não está 'encantado' com Macron.

Le Pen "não tinha noção de como governar", mas Macron "é um mistério"
Notícias ao Minuto

20:56 - 08/05/17 por Melissa Lopes

Política Miguel Sousa Tavares

O escritor comentou esta segunda-feira, no seu habitual espaço de opinião no Jornal da Noite da SIC, os resultados das presidenciais francesas.

A primeira constatação foi de que "afastámos uma ameaça populista", tal como já havia acontecido na Holanda. "Havia três eleições decisivas este ano na Europa, falta a Alemanha, apenas, no outono", lembrou.

Sobre o vencedor, Miguel Sousa Tavares confessou ser "um mistério" porque apareceu na arena política apenas em agosto, quando lançou o seu movimento 'Au Marche'.

"E os jornalistas que o acompanhavam, no início da campanha, todos diziam que ele hipnotizava as massas, que era um orador extraordinário". Mas Sousa Tavares não viu nada disso. "O discurso de vitória, por exemplo, pareceu-me muito rígido", notou.

Apesar disso, o comentador reconheceu que Macron teve um resultado muito melhor do que esperava. Na sua opinião, Le Pen "começa a perder a eleição, mais do que Macron a ganhá-la, na última parte do debate".

"Quando se entra nas questões económicas e no como é que se vai governar, ela estendeu-se completamente ao comprido. Ficou-se a perceber que, para além de uma ideologia extremista, não tinha de facto nenhuma noção da realidade e não sabia o que fazer no dia seguinte a tomar posse. Foi aí que Macron ganhou o fôlego final e Le Pen afastou muita gente que teve medo dela", constatou Miguel.

De resto, embora a Frente Nacional seja agora o maior partido das presidenciais, "vamos ver como é nas legislativas daqui a 40 dias".

"Está tudo muito fragmentado. Acho que apesar de tudo, as notícias da morte dos republicanos e dos socialistas são capazes de ser um bocado exageradas", disse o escritor, analisando ainda que a questão agora é saber "se Macron consegue montar uma estrutura, um embrião de partido do movimento dele até junho. Se não vai ser difícil para ele governar". 

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