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"Não consigo perceber como é que Rui Moreira dorme tranquilo"

O candidato do Bloco à Câmara do Porto, João Semedo, defendeu que "a maior emergência" no domínio da habitação na cidade é dar resposta a quem vive em "condições infra-humanas" em áreas localizadas em Campanhã e no Bonfim.

"Não consigo perceber como é que Rui Moreira dorme tranquilo"
Notícias ao Minuto

14:03 - 05/05/17 por Lusa

Política João Semedo

"Não consigo perceber como é que o presidente da Câmara, Rui Moreira, dorme tranquilo quando há cidadãos a viver naquelas condições", em "áreas localizadas das freguesias de Campanhã e do Bonfim", designadamente no Pego Negro, Areias, Presa Velha, bairro Riobom e outras, afirmou João Semedo aos jornalistas, no âmbito de um encontro com responsáveis da Associação dos Inquilinos do Norte de Portugal.

Segundo o candidato do Bloco de Esquerda, que esta manhã ouviu e discutiu com a associação soluções que possam responder "à crise no acesso à habitação na cidade", as pessoas que ali vivem "são um problema ainda mais esquecido do que os sem-abrigo".

"Até acho que há uma vontade deliberada que não se saia disto", disse, acrescentando que "não há noção exata do número de pessoas que vivem naquelas pequenas áreas muito degradas", mas estimando tratar-se de entre 1.500 a 2.000 cidadãos a habitarem em barracões sem as mínimas condições.

O bloquista defendeu a criação de um programa municipal "de emergência" também para este domínio da habitação de "um Porto escondido e ignorado", que contrasta com "o Porto postal turístico e o Porto do centro histórico".

Depois de ouvir Alexandra Cachucho, advogada da associação, dizer que recebe diversos pedidos de ajuda de inquilinos do centro histórico "claramente enganados" por senhorios ou promotores imobiliários que tentam "forçar ações de despejo", bem como de inquilinos que se queixam "do transtorno do alojamento local em prédios de habitação e da falta de oferta de habitações para arrendar, a preços acessíveis, João Semedo lamentou que o Porto continue "a perder população", que é "sempre o principal problema".

De acordo com dados do recenseamento eleitoral, de dezembro de 2016, disse, "nos últimos três anos o Porto perdeu mais de 5.000 habitantes, metade dos quais da zona histórica", disse, considerando que a habitação se tornou "o calcanhar de Aquiles" da cidade por "não existir habitação a preços acessíveis, capaz de responder às necessidades".

"A oferta municipal está aquém das necessidades (...). O BE defende alargar/aumentar a oferta de habitação municipal, seja através de rendas apoiadas ou rendas acessíveis, devendo a Câmara do Porto ser o grande senhorio da cidade", disse, calculando que a "cidade precisa" que a autarquia "disponibilize mil habitações".

Semedo defendeu também a aplicação de multas aos senhorios que "não aloquem casas devolutas no mercado", sustentando esta ideia com a afirmação de que "já se percebeu que não basta o IMI agravado para colocar habitação no mercado".

Para o BE, a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) deve ser controlada pela câmara e a autarquia deve ainda criar "um observatório sobre o problema [da habitação] no centro histórico" que permita "avaliar, mas também prevenir impactos negativos que o turismo sempre tem".

"Não podemos aceitar que tudo o que é reabilitação ou construção nova seja destinado, sem controlo, sem regulação, às atividades relacionadas com o turismo", devendo, por isso, serem criados "mecanismos de controlo e regulação do mercado imobiliário", defendeu ainda.

O candidato à Câmara do Porto reafirmou que o BE propõe também a criação de uma taxa turística, revertendo a receita de "milhões de euros" para o financiamento de "atividades relativas às políticas de habitação".

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