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PCP questiona Governo sobre atos de vandalismo em figuras rupestres

O Partido Comunista Português (PCP) questionou hoje o Governo sobre os atos de vandalismo registados numa das rochas mais importante do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) e que medidas tenciona tomar.

PCP questiona Governo sobre atos de vandalismo em figuras rupestres
Notícias ao Minuto

17:34 - 28/04/17 por Lusa

Política Vale do Côa

O PCP refere que já havia alertado a tutela para o abandono que é "agravado pela redução da segurança aos núcleos, como forma de fazer face às dívidas para com a empresa".

"Esta situação acarreta que graves riscos para o património, com possíveis casos de vandalismo e visitas não controladas, nomeadamente por parte de empresas privadas", escreveu o PCP, já em maio do ano passado.

"Infelizmente, os receios que foram então expostos foram agora confirmados, apesar dos esforços e insistências que o PCP desde sempre fez para que tal não viesse a acontecer. Torna-se evidente que continua a ser necessário tomar medidas de financiamento e gestão pública que garantam o cabal cumprimento das funções do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa, designadamente no que toca à investigação, gestão, conservação, vigilância e divulgação do património à guarda da instituição", acrescentou o PCP na pergunta dirigida ao Ministério da Cultura.

A Fundação Côa Parque denunciou hoje um "inqualificável" atentado contra uma das rochas do parque arqueológico na qual está representada uma figura humana com mais de 10 mil anos, acrescentando que vai participar criminalmente junto do Ministério Público.

"Fomos surpreendidos com a descoberta de novíssimas gravações de uma bicicleta, um humano esquemático e a palavra ?BIK' diretamente sobre o conhecidíssimo conjunto de sobreposições incisas do setor esquerdo daquele painel, onde, como é universalmente sabido, está o famoso 'Homem de Piscos', a mais notável das representações antropomórficas paleolíticas identificadas no Vale do Côa", disse à Lusa o diretor do Parque Arqueológico da Vale do Côa, António Baptista.

Segundo o também arqueólogo, trata-se de um conjunto de gravuras que sobreviveram intactas mais de 10.000 anos e que agora foram "miseravelmente mutiladas pela ignorância de alguém que possa ser rapidamente identificado e exemplarmente punido".

"Este atentado mancha a região", classificada como Património Mundial desde 1998, sendo "uma nódoa no certificado de qualidade, de conservação e de apresentação ao público que a Arte do Côa orgulhosamente ostenta e é por (quase) todos reconhecido", afirmou António Baptista.

O responsável adiantou à Lusa que há já suspeitos do ato contra o património rupestre.

"É um crime que lesa este património mundial e quem tomou esta atitude sabia, aparentemente, os prejuízos que iria causar. É vandalismo puro e duro", enfatizou António Baptista.

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