Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 19º

Sessão solene não é ensombrada por incidente do deputado do PTP

Os partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) enalteceram hoje o 25 de Abril de 1974, numa sessão marcada por mais um incidente provocado pelo deputado do PTP que levou a interrupção da cerimónia por 20 minutos.

Sessão solene não é ensombrada por incidente do deputado do PTP
Notícias ao Minuto

12:19 - 25/04/17 por Lusa

Política 25 de Abril

O deputando independente Gil Canha (ex-PND) disse que "os ideais do 25 de Abril infelizmente teimam em não chegar à Madeira" que continua a ser governada por uma "oligarquia" mais "macia, mais polida e mais aveludada", acrescentando que o jardinismo [regime de Alberto João Jardim que governou 37 anos a Madeira] e "os velhos hábitos e vícios continuam de pedra e cal".

"Miguel Albuquerque não quer mudar nem alterar nada porque está comprometido com os grandes grupos económicos", referiu, sustentando que "a serpente mudou a pele, mas continua a ser a mesma serpente cuidando zelosamente do seu ninho e dos seus ovos" enquanto o povo, para sobreviver, "come macarrão e chouriço".

O deputado do Bloco Roberto Almada lembrou que "cumprir abril não é apenas permitir a sua comemoração," mas "governar para o povo, resolver os problemas da população sacrificada pelas políticas que empobreceram milhares de madeirenses e porto-santenses e devolver os rendimentos roubados e garantir o mínimo indispensável para uma vida digna", algo que "este governo regional revela-se incapaz de fazer".

Roberto Almada enviou um "abraço solidário" aos "conterrâneos emigrados" na Venezuela, manifestando também a sua "indignação" pela "falta de medicamentos na Madeira" porque "não é só na Venezuela que eles faltam".

A deputada do PCP/Madeira Sílvia Vasconcelos colocou a tónica do seu discurso nos problemas do "agravamento da pobreza" e da precariedade laboral no arquipélago, sobretudo depois do programa de ajustamento económico e financeiro da região celebrado em 2012.

Segundo a parlamentar comunista insular, "a realidade da pobreza tem dado azo somente a políticas assistencialistas, quais aspirinas" e não houve "empenho político para alterar a situação", nem para a sua erradicação.

A deputada do PS Sofia Canha evocou Mário Soares "uma das mais importantes e emblemáticas figuras públicas da construção da democracia", lembrando que "este é o primeiro ano em que não participa nas comemorações desta data de viragem política da história de Portugal".

A parlamentar socialista apontou que o 25 de Abril "fez-se de memórias e de sonhos" e sublinhou que a autonomia política da Madeira e dos Açores "deve-se ao momento libertador" da revolução.

Quanto à deputada Patrícia Spínola (JPP) considerou que "será Abril quando formos apenas e só portugueses", defendendo que "o princípio da continuidade territorial deve ser respeitado a todos os níveis", deixando de existir o conceito dos residentes das "ilhas adjacentes".

A parlamentar sustentou ser "necessário cultivar e implementar o diálogo democrático, a tolerância", vincando que "hoje mais do que uma Revolução dos Cravos, aguarda-se por uma revolução de mentalidades", pois "a muitos, custa aceitar a emergência de novas forças políticas" e existe "uma política lesiva das autarquias locais" devido à sua cor política.

O líder do grupo Parlamentar do CDS/PP, Rui Barreto, sublinhou, por seu lado, que "cidadania", "responsabilidade" e "verdade" são "três palavras chave" do 25 de abril de 1974.

"É fundamental, em primeiro lugar, que os cidadãos exerçam a cidadania da forma que o 25 de abril permitiu", disse, observando que "prometer aquilo que não se pode ou não se tenciona não é o caminho certo".

A deputada da bancada da maioria no parlamento madeirense, a social-democrata Vânia Jesus defendeu serem necessárias "várias revoluções" e criticou aqueles partidos que "exaltam os valores de Abril" mas acabam por "branquear o desrespeito e a violação dos direitos básicos" de povos como o da Venezuela.

"Não teremos que ter uma nova revolução como o 25 de Abril de 1974, mas direi que a falta de valores, de comprometimento por um Portugal mais moderno, mais livre e mais desenvolvido, leva a que sejam precisas várias revoluções" declarou.

No seu entender é preciso "uma nova revolução na ação política" e apontou vários aspetos em que esta se tem vindo a efetuar na Madeira para "a defesa do aprofundamento gradual e progressivo da autonomia" regional.

"Vamos continuar a revolução para que a solidariedade do Estado se efetive verdadeiramente às áreas sociais, económicas, financeiras, sem quaisquer situações discriminatórias negativas com a Região Autónoma da Madeira face ao restante território nacional", vincou.

José Manuel Coelho, depois de ter provocado a interrupção dos trabalhos, abandonou a sessão.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório