Francisco Assis defende reconfiguração da esquerda francesa
O eurodeputado Francisco Assis considerou hoje que a derrota do PS nas eleições presidenciais em França francesas "era previsível" e defendeu que o partido deve fazer "uma reconfiguração" da esquerda francesa.
© Global Imagens
Política Eleições
Em declarações hoje à agência Lusa, Francisco Assis disse que a derrota do candidato socialista, Benoît Hamon - que obteve entre 6% e 7% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais em França -, "não era nada que não se estivesse a prever".
"Nos últimos tempos previa-se que o PS tivesse um mau resultado eleitoral. Com a derrota, isto significa que tem que se fazer uma reconfiguração da esquerda francesa. A esquerda democrática dividiu-se entre Hamon e Macron. Sendo que a grande parte dos votos de Macron são votos de pessoas que anteriormente tinham votado no PS, embora também tenha conseguido votos no centro e no centro direita", disse.
De acordo com Francisco Assis, eurodeputado e presidente da delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul, é importante, até porque há eleições legislativas daqui a dois meses, proceder à reconfiguração do centro esquerda francês provavelmente em torno daquele que deverá vir a ser Presidente da República: Emmanuel Macron.
"Há uma clara derrota de uma opção do PS francês, de uma radicalização à esquerda. O Hamon era o mais esquerdista e radical dos quatro candidatos às primárias", disse, salientando que a opção "muito radical dos socialistas franceses levaram à penalização nas urnas.
O candidato socialista, Benoît Hamon, que obteve entre 6% e 7% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais em França, reconheceu uma "sanção histórica" ao Partido Socialista e pediu aos eleitores que apoiem Emmanuel Macron na segunda volta.
Mas preparou desde logo a próxima batalha, as eleições legislativas previstas para 11 e 18 de junho, avisando que "a esquerda não está morta" e que "o combate continua".
O centrista Emmanuel Macron lidera a primeira volta das presidenciais francesas com quase mais 2,5 pontos percentuais do que a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, quando estavam apurados 97% dos sufrágios.
Sobre o resultado de Marine Le Penn, Francisco Assis considerou que a extrema-direita veio confirmar uma presença forte.
"Na direita houve um cataclismo, que se esperava. Até hoje não percebo como é que o centro direita não mudou o candidato, insistindo em Fillon e a extrema-direita veio confirmar uma presença forte, mas acho que não vai além do que obteve ontem [domingo], ou seja, uns 30%", sublinhou.
No entender do eurodeputado, a extrema-direita existe com força, mas "está longe" de ser uma força política maioritária.
"Quanto a Emmanuel Macron, não tenho dúvidas de que será o próximo Presidente da República. É um homem de esquerda, que se colocou mais ao centro por motivos naturais, que aglutinou uma parte do centro direita e isso é um dado interessante", disse.
Segundo os dados do Ministério do Interior, quando falta apurar apenas 3% dos votos, Macron obteve 23,86% dos votos, enquanto Le Pen conquistou 21,43%.
Macron e Le Pen disputam a presidência na segunda volta, dentro de duas semanas, a 07 de maio.
Em terceiro lugar ficou o conservador François Filon, com 19,94%, enquanto Jean-Luc Mélenchon (esquerda) obteve 19,62% dos votos.
O socialista Benoît Hamon obteve uma derrota histórica para o seu partido, com 6,35% dos votos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com