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PS liga tensões em torno da dívida portuguesa aos problemas da banca

O PS insistiu hoje que a venda do Novo Banco foi "a menos má a partir de um ponto de partida péssimo" e sustentou que as tensões em torno da dívida relacionam-se com os problemas da banca.

PS liga tensões em torno da dívida portuguesa aos problemas da banca
Notícias ao Minuto

18:18 - 05/04/17 por Lusa

Política Novo Banco

Estas posições foram defendidas pelo deputado e dirigente socialista Eurico Brilhante Dias, numa intervenção no plenário da Assembleia da República na parte final do período de declarações políticas.

Além de advogar a tese de que a solução encontrada para a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star foi "a menos má", evitando a liquidação ou uma nacionalização com custos para os contribuintes, Eurico Brilhante Dias falou também sobre as consequências dos sucessivos problemas do setor financeiro no nível das taxas de juro de Portugal.

"As tensões em torno da dívida não pararão - ou não parariam - enquanto em grande medida as questões relativas ao Novo Banco, da Caixa Geral de Depósitos e da estrutura acionista dos maiores bancos privados portugueses não tiverem uma solução ou forem inapelavelmente contidos, num quadro onde a regulação e a supervisão da União Europeia mantêm uma elevada pressão para aumento de capitais próprios", advertiu o professor universitário e economista.

Na perspetiva de Eurico Brilhante Dias, o anterior executivo liderado por Pedro Passos Coelho deixou o sistema financeiro com escassez de capital, com uma estratégia de "lento registo de imparidades" e "não percebeu que as tensões em torno da dívida também dependem da confiança dos investidores na rendibilidade e do risco de recapitalização interna".

No caso do Novo Banco, o deputado do PS considerou que o adiamento da venda em 2015, "com uma recapitalização interna de obrigacionistas em dezembro desse ano, foi um sintoma claro e evidente de que o processo de resolução [de agosto de 2014] tinha deixado dentro do banco ativos com elevada probabilidade de perda - e que nenhum interessado estava disponível para saldar o esforço financeiro que o fundo de resolução havia realizado".

Por essa razão, de acordo com Eurico Brilhante Dias, a bancada do PS pediu agora a presença urgente no parlamento do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e do negociador do fundo de resolução (e ex-secretário de Estado das Obras Públicas) Sérgio Monteiro para darem explicações sobre a evolução do Novo Banco, particularmente no que respeita às razões subjacentes ao adiamento da sua venda.

Neste debate, PSD CDS-PP optaram pelo silêncio e a intervenção mais crítica face ao discurso de Eurico Brilhante Dias partiu do deputado do PCP Miguel Tiago, que rejeitou em absoluto que a atual solução para o Novo Banco seja a menos má.

"Esta solução é a pior de todas, porque acontece depois de o Novo Banco ter custado aos portugueses 4,9 mil milhões de euros e depois de se ficar a saber que o Governo PSD/CDS-PP encobriu os problemas e que tal montante era apenas a primeira prestação. Os portugueses ficam a saber que pagam 9,2 mil milhões de euros para ficarem sem o banco, quando esta instituição financeira seria uma importante alavanca para a economia nacional", declarou o deputado do PCP.

Miguel Tiago deixou ainda uma pergunta dirigida à bancada socialista: "Quando é que o PS deixa de preferir submeter-se ao diretório alemão em vez de defender o interesse nacional?".

Pela parte do Bloco de Esquerda, o deputado Paulino Ascensão falou principalmente sobre novas medidas para o sistema financeiro e defendeu que a atividade das cooperativas de crédito deve poder abranger todos os setores da economia.

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