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Banca? "O país nos últimos anos foi um forrobodó, uma pessegada sem fim"

Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores, pede uma cooperação da política e da justiça no apuramento de responsabilidades pelo buraco na banca portuguesa.

Banca? "O país nos últimos anos foi um forrobodó, uma pessegada sem fim"
Notícias ao Minuto

10:20 - 04/04/17 por Anabela de Sousa Dantas

Política Joaquim Jorge

Joaquim Jorge debruça-se esta terça-feira sobre os dados ontem divulgados pelo Banco de Portugal, onde o regulador financeiro revela que as “medidas de apoio ao sistema financeiro realizadas desde 2007 e contabilizadas nos défices dos respetivos anos, tiveram um impacto acumulado que ascendeu a 7% do PIB de 2016”, um valor que corresponde a cerca de 13 milhões de euros.

O fundador do Clube dos Pensadores sublinha que o “crédito mal parado pesa muito nos balanços da banca portuguesa” e que estas “perdas e imparidades” são “os legados dos erros e desequilíbrios do passado”.

“Os portugueses têm razão de queixa dos políticos, mas também, dos banqueiros e de muitos funcionários dos bancos. Lembro-me do tempo que os bancos emprestavam dinheiro a rodos, sem rei nem roque”, lembra.

Destacando que este valor “é mais de 15% do regaste pedido à troika”, o biólogo diz que a “corrupção é um problema estrutural” que “deixou de ser invisível”.

“Estamos frente a uma nova realidade em que fatores objetivos e culturais geraram corrupção. Não se trata de uma luta de bons contra maus, mas sim, de um repto que requer considerar todo o contexto em que Portugal viveu nos últimos anos. De nada serve atacar os sintomas senão se resolvem as causas”, escreve, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto.

“Reduzir este tipo de corrupção exige uma abordagem aberta, de forma pragmática e um esforço para que a justiça e a política avancem juntas, mas com independência”, acrescenta.

Joaquim Jorge refere que se vive “numa democracia em que há a ideia generalizada de que os políticos são uns ladrões e agora também os banqueiros” mas que esta visão “é um exagero” porque “há políticos e banqueiros sérios”.

“A justiça sob a batuta de Paula Teixeira da Cruz deu passos importantes de uma justiça para todos, mas é preciso agir, fazer algo na prática e, acima de tudo, os portugueses vejam resultados”, esclarece.

O comentador acredita que “está na hora de os portugueses saberem como foi possível tanta apropriação ilegal”, porque “este país nos últimos anos foi um forrobodó, aldrabice, anarquia, balda e uma pessegada sem fim”.

“Portugal esteve a saque”, afiançou, indicando que os portugueses “herdaram um inferno que é um peso que bloqueia a construção do futuro”.

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