As touradas e a política: "Ser-se aficionado não é popular, não dá votos"
A associação Animal, defensora dos direitos dos animais, saúda "afastamento pessoal" de António Costa das touradas.
© Global Imagens
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A associação Animal dedicou um post na sua página de Facebook à posição de António Costa sobre as touradas, antes e depois de se ter tornado primeiro-ministro.
Ilustrando a publicação, duas imagens: uma de António Costa ainda enquanto autarca, a condecorar um forcado, outra já na pele de primeiro-ministro a discursar no Parlamento, onde sublinha não ser aficionado e apreciador de touradas.
"No passado, (...) assistia a touradas no Campo Pequeno e embora sempre tenha sido muito discreto a respeito, não nos parece que alguma vez tenha rejeitado os ditos convites. Poder-se-á dizer que eram obrigações que tinha como autarca, mas, como bem sabemos, isso não é uma desculpa" , lê-se na publicação.
No presente, continua a associação, o primeiro-ministro "puxa ele próprio o assunto a título de exemplo sobre a autonomia das autarquias, e refere que não só não é aficionado, mas que também não aprecia o espectáculo".
Analisando os dois factos, a Animal vê com bons olhos o atual António Costa e conclui que é "cada vez mais impopular ser a favor das touradas"."Membros da classe política que dizem pautar-se por valores de modernidade e evolução ética já têm o cuidado de (mesmo que não o sintam assim) de se posicionarem longe de um espectáculo tão polémico e obsoleto", considera a Animal, frisando que ninguém quer ficar associado a uma atividade de "entretenimento cruel e sem significado".
"Associado a este afastamento 'pessoal' vem um discurso de tolerância que fica sempre bem", assinala ainda a publicação. Contudo, o que mais importa para a associação é "mesmo o avanço civilizacional que cada vez se nota mais"
"Não é 'fixe' ser-se aficionado, não é popular, não dá votos. Pelo contrário, é retrógrado e feio. Avançamos", lê-se por fim.
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