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PS diz que emails estão fora do objeto, CDS fala em "ficção de comissão"

O PS acusou hoje PSD e CDS de atuarem de forma "doentia" contra o ministro das Finanças, com os centristas a falarem numa "ficção de comissão de inquérito" no que refere aos trabalhos da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

PS diz que emails estão fora do objeto, CDS fala em "ficção de comissão"
Notícias ao Minuto

19:53 - 14/02/17 por Lusa

Política Comissão de inquérito

"Aquilo que se passou hoje é de uma gravidade extrema e motivará da parte do CDS uma reação ponderada", declarou João Almeida, coordenador do CDS-PP na comissão de inquérito à CGD.

O centrista falava no seguimento de uma reunião à porta fechada entre o presidente da comissão e os deputados coordenadores, e referia-se ao bloqueio da esquerda ao acesso dos deputados a comunicações, e-mails e SMS trocados entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o antigo presidente da Caixa António Domingues.

"O que nos querem impor é uma ficção de democracia, uma ficção de comissão de inquérito, em que formalmente continua tudo a funcionar mas na prática não podemos perguntar nada. E se, por acaso, por distração conseguirmos perguntar algo, as respostas encaminhadas não podem ser conhecidas nem usadas pela comissão", sustentou o deputado do CDS-PP.

Antes, o coordenador socialista nos trabalhos, João Paulo Correia, havia referido que as comunicações em causa "não fazem claramente parte do objeto da comissão de inquérito", que passa por avaliar a gestão da Caixa até 2015 e entender o porquê da necessidade atual de uma nova recapitalização.

"Em momento algum o senhor ministro das Finanças se compromete com o dr. António Domingues quanto à dispensa da entrega da declaração de rendimento e património junto do Tribunal Constitucional", declarou todavia o socialista.

Na semana passada, Correia havia garantido que hoje, terça-feira, quando se quebrasse a "confidencialidade de forma legal da documentação enviada à comissão de inquérito" ficaria claro que acusações do CDS-PP, em concreto, a Mário Centeno não passariam de "uma montanha que pariu um rato".

"Vejam lá o tamanho do rato, que é tão grande que não se pode mostrar", diria hoje o centrista João Almeida, recordando essas palavras - O CDS-PP vai agora ponderar "o seu papel na comissão de inquérito" e "todos os mecanismos" que pode utilizar para enfrentar esta posição dos partidos da esquerda, vincou ainda o deputado.

O presidente da comissão, José Matos Correia, esteve hoje de tarde reunido à porta fechada com os coordenadores dos vários partidos, e indicou no final aos jornalistas que os pedidos de PSD e CDS-PP para que as trocas de comunicações entre Mário Centeno e António Domingues integrassem os trabalhos foram chumbados provisoriamente, decisão que será reiterada formalmente em reunião, à porta aberta, na quarta-feira.

Questionado sobre quem foi a maioria que chumbou o pedido, Matos Correia declarou apenas que "não foram certamente os partidos" que pediram as comunicações, tendo sido portanto a esquerda parlamentar - PS, BE e PCP - a negar a integração no espólio da comissão desses textos.

O motivo invocado terá sido o da não inclusão dos conteúdos das comunicações no objeto da comissão parlamentar de inquérito.

"Foi entendido maioritariamente que esses documentos não faziam parte do objeto da comissão pelo que não podiam ser distribuídos aos deputados", declarou José Matos Correia, presidente da comissão de inquérito.

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