Pavel Petrovskiy, secretário nacional do PS para as Relações Internacionais e Cooperação, enviou uma carta ao embaixador da Rússia em Portugal onde expressou uma “profunda decepção pela sentença”.
“Considero o veredicto do Tribunal desproporcional, o que, aliado aos relatos de maus tratos durante a detenção dos elementos da banda, me suscita inquietação e insegurança quanto à legalidade, independência e transparência do processo”, disse João Assunção Ribeiro.
O porta-voz do PS afirmou na carta que “a condenação de três jovens, duas das quais mãe de crianças pequenas, a dois anos de prisão, pela expressão pacífica mesmo que controversa, dos seus pontos de vista é, no meu entender, profundamente inaceitável”.
E defende: “Desejo que esta sentença seja revista ou revogada, em conformidade com os procedimentos legais russos, desde que conformes às convenções assumidas pela Rússia no quadro do Direito Internacional e dos Direitos Humanos”.
As três cantoras do grupo punk russo Pussy Riot foram condenadas, na passada sexta-feira, a dois anos de prisão por vandalismo.
A presidente do tribunal Khamovnitcheski, em Moscovo, Marina Syrova, afirmou que as jovens são “culpadas de vandalismo” e acrescentou que as acusadas não manifestaram arrependimento e que “violaram a ordem pública” e “ofenderam os sentimentos [religiosos] dos crentes”.
As três jovens - Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samoutsevitch, de 29, e Maria Alekhina, de 24 -, entraram encapuzadas em Fevereiro passado numa catedral ortodoxa de Moscovo e cantaram uma canção de protesto contra o Presidente russo Vladimir Putin, tendo sido detidas e ficado em prisão preventiva até ao julgamento.