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"A vida política em Portugal tem contornos da série 'House of Cards'"

O fundador do Clube dos Pensadores falou sobre o novo inquérito no Ministério Público relativo ao Montepio Geral e ao BES e, ‘à boleia do tema’, retratou um dos principais problemas da política em Portugal.

"A vida política em Portugal tem contornos da série 'House of Cards'"
Notícias ao Minuto

11:30 - 09/01/17 por Inês Esparteiro Araújo

Política Joaquim Jorge

�Não há banco em Portugal que escape a não ter problemas de gestão ou por umas razões ou por outras”. A afirmação é de Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, na sequência do recente inquérito do Ministério Público “onde se investigam factos relacionados com o financiamento concedido por Montepio Geral e BES a um fundo para aquisição de terrenos”.

À boleia do tema, o biólogo expressou a sua opinião num artigo ao Notícias ao Minuto e aproveitou esta situação para retratar o estado atual da política em Portugal, comparando-o mesmo com a série 'House Of Cards'.

Sobre o inquérito, fez notar que Tomás Correia, ex-presidente do Montepio, e Jorge Silvério, construtor civil da Amadora, foram “constituídos arguidos” devido a um “empréstimo de 74 milhões de euros para a construção em Alfragide”, mas recordou uma “outra investigação sobre circulação de fundos com origem em Angola”.

“A gestão de Tomás Correia é dúbia”, sublinhou, destacando ainda o envolvimento de um segundo gestor, Almeida Serra. Devido aos vários ‘escândalos’ que volta sim volta não várias chefias dos bancos se veem envolvidas, Joaquim Jorge realçou a importância do trabalho de um gestor.

Este deve “analisar devidamente o risco de um empréstimo”, ele “tem por obrigação fazer um controlo eficiente dos movimentos realizados”, assim como deve assegurar a “prevenção de branqueamento de capitais e financiamentos ilegais”.

“Antes do Montepio, foi a trapalhada da CGD”, lembrou Joaquim Jorge, fazendo alusão a um recente artigo da sua autoria em que retratava Portugal como um “país de corruptos, vigaristas, hipócritas, velhacos e ladrões”. “Infelizmente é bem verdade, não é geral, mas salva-se muito pouca gente”.

“A maioria dos cidadãos já chegou à conclusão de que vive na mentira política permanente e como corolário, instalou-se a suspeita constante”, constatou, principalmente pelo facto de ser difícil, “hoje em dia, confiar-se em quem quer que seja desde a política até à gestão pública”.

Tal desconfiança, na sua opinião, faz com que exista a sensação de que “na nossa vida quotidiana a política é impotente para resolver este e outros problemas” que nos dizem respeito e apontou como única solução para o problema a existência de “uma justiça exemplar”. Por fim, rematou: "A vida política em Portugal tem contornos da série 'House of Cards'".

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