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"Políticos usufruem de benesses inqualificáveis num país pobre"

A sustentabilidade da Segurança Social é o tema abordado esta semana por Joaquim Jorge.

"Políticos usufruem de benesses inqualificáveis num país pobre"
Notícias ao Minuto

11:03 - 12/12/16 por Patrícia Martins Carvalho

Política Joaquim Jorge

Joaquim Jorge defende que as pensões deveriam ter sido “sempre” calculadas “em função dos descontos”, sendo que a única exceção “deveria ter sido motivo de doença incapacitante do trabalhador”.

Porém, escreve num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto, “nós somos o ‘país das exceções’”.

“Há exceções para tudo e mais alguma coisa: exceção para pagar impostos; exceção para se construir uma casa; exceção para se iniciar um negócio; exceção para se ser licenciado; entre outros”, escreve o fundador do Clube dos Pensadores.

E o caso mais “paradigmático” deste país de “exceções” diz respeito às pensões. Joaquim Jorge diz mesmo que “há pensões que são ‘imorais’, designadamente as pensões vitalícias recebidas por políticos com apenas oito anos de exercício do cargo”.

Mais tarde, passou para 12 anos, políticos e detentores de cargos públicos. Em 2005, José Sócrates pôs fim a esse direito, mas salvaguardou direitos adquiridos. A maioria usufruiu dessa pensão vitalícia muito antes de atingir o limite de idade da reforma

O biólogo de formação garante ainda que “como não há vontade política para recalcular pensões favorecidas e acabar com as pensões vitalícias, o sistema vai entrar em colapso, dentro em breve”.

Nesta senda, Joaquim Jorge aponta os “perigos da quarta Revolução Industrial” para a sustentabilidade da Segurança Social pois “muitas máquinas estão a substituir trabalho que era executado por trabalhadores”.

“A robotização e a digitalização não só criarão menos postos de trabalho, como os destruirão. Segundo vários estudos, em menos de 20 anos pode estar afetada 20% a 40% da força laboral europeia”, aponta, acusando a “classe política” de “não dar a devida atenção a este fenómeno crescente”.

Perante este cenário, Joaquim Jorge é perentório: “Por um lado, andou meio mundo a enganar a Segurança Social, por outro lado, a classe política e detentores de cargos públicos usufruem de benesses inqualificáveis, num país pobre, de parcos recursos que é o caso de Portugal. Assim, só podia dar nisto - a bancarrota da Segurança Social”.

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