Vitória do 'não' em Itália "é derrota para quem atacou Constituição"
O PCP considerou hoje que a decisão dos italianos de rejeitarem a reforma constitucional proposta pelo Governo constituiu uma derrota para os que "visavam atacar a Constituição italiana".
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Política PCP
Em comunicado, o PCP critica a proposta do primeiro-ministro, Matteo Renzi, afirmando que se tratava era uma "manobra antidemocrática dirigida para a centralização do poder político".
Os comunistas portugueses assinalam ainda que a reforma constituía uma "perversão do sistema eleitoral por via da revisão à Constituição".
O PCP sustenta que a Constituição italiana foi adotada na sequência da derrota do fascismo na Segunda Guerra Mundial, e destaca o seu "caráter democrático".
O apuramento oficial dos votos no referendo de domingo em Itália confirmou na segunda-feira a vitória do 'não' à reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro, Matteo Renzi, com 59,95% dos boletins depositados nas urnas.
A reforma do chefe do Governo foi apoiada por 40,05% dos eleitores que foram votar.
"O caráter popular desta rejeição assume tanto maior significado quando esta foi alcançada enfrentando a intensa campanha e chantagem do Governo italiano e dos grandes grupos económicos e financeiros, que contou com o apoio de responsáveis da União Europeia", critica o PCP.
Segundo os comunistas, o resultado do referendo de domingo "representou também uma rejeição da política que tem vindo a ser realizada por sucessivos governos, incluindo o Governo do Partido Democrata, dirigido por Matteo Renzi".
Estas políticas, defende o PCP, são subordinadas "aos interesses do grande capital e à União Europeia, e contra os direitos e condições de vida dos trabalhadores e do povo italiano".
Os italianos votaram em referendo uma reforma constitucional que visava reduzir o poder do Senado e aumentar a estabilidade política, mas que se transformou num plebiscito ao primeiro-ministro.
Apoiantes e detratores da reforma fizeram campanha como se o referendo fosse de facto um teste à gestão de Renzi, mas foi o próprio quem personalizou a reforma e anunciou que se demitiria se ela fosse chumbada.
A reforma, como a caracterizou Renzi, pretendia modernizar Itália, reduzir os custos da política, agilizar o processo legislativo e facilitar a estabilidade num país que teve 63 governos nos últimos 70 anos.
Na segunda-feira, o Presidente italiano, Sergio Mattarella, pediu ao primeiro-ministro demissionário, Matteo Renzi, para adiar a sua demissão durante o tempo necessário para garantir a aprovação do Orçamento do Estado para 2017 no parlamento.
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