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Vitória de Donald Trump "é o fenómeno do voto oculto"

Para Paulo Portas "não era politicamente correto dizer que se ia votar em Trump". Esses foram, na sua opinião, os votos ocultos que decidiram e tornaram esta eleição de certa forma surpreendente.

Vitória de Donald Trump "é o fenómeno do voto oculto"
Notícias ao Minuto

21:12 - 09/11/16 por Notícias Ao Minuto

Política Paulo Portas

Paulo Portas comentou o desfecho das eleições norte-americanas. Na antena da TVI, o antigo líder do CDS atribuiu a responsabilidade da vitória de Donald Trump ao "fenómeno do voto oculto". Ou seja, daqueles que fizeram segredo da sua orientação, durante uma campanha que foi "desagradável, cansativa, cruel, muito dura". 

"Não era politicamente correto dizer na paróquia, na empresa, no clube desportivo, junto dos amigos que se ia votar Trump", considerou Portas, para quem havia uma "tentação de provocar uma grande mudança, em particular da América branca anglosaxónica protestante".

A vitória do candidato republicano representa também, na opinião do ex-governante, uma "penalização do legado Obama".

"Na Europa, a visão sobre a herança de Obama é mais positiva do que nos Estados Unidos", disse o centrista, sustentando que os republicanos "nunca teriam ganhado a Câmara dos Representantes e o Senado, se não houvesse uma sanção sobre o mandato de Obama".

Quanto ao legado do ainda o presidente em funções, Portas considera que "há matérias na agenda interna que não correram bem", como o Obamacare. Em matéria de política externa, recordou, o mandato de Barack Obama teve coisas positivas como Cuba. "O Irão só o futuro dirá, mas o Médio Oriente não é um bom legado, já não o era antes".

No que diz respeito à reação do lado perdedor, destacou que o discurso de Hillary Clinton foi "dorido e sofrido", de uma mulher que "tentou ser presidente duas vezes". Perdeu contra Obama e perdeu contra Trump "quando tinha todos os astros a seu favor".

Paulo Portas deixou ainda considerações em relação aos media. "Fazia muita impressão esta ideia de que os media retratam não a realidade mas a realidade que eles gostavam que existisse", frisou, apelidando de "genocídio" o falhanço quase completo das sondagens.

"A ideia de que o resultado já está feito, e que se as pessoas votarem de outra maneira são parvas ou são burras, isso gera, num país que é profundamente democrático, o sentimento de: 'Não, eu é que vou decidir e voto como quero'. Guardar segredo foi um fenómeno devastador", reforçou Portas.

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