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"Caixa é um instrumento de luta política"

Manuela Ferreira Leite comentou, na antena da TVI 24, a polémica dos salários dos gestores da Caixa.

"Caixa é um instrumento de luta política"
Notícias ao Minuto

23:50 - 27/10/16 por Notícias Ao Minuto

Política Notícias

Manuela Ferreira Leite comentou a situação da Caixa Geral de Depósitos, tema que se tem mantido na ordem do dia ao longo do processo de recapitalização. Tamanha exposição mediática da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é "bastante mau" para a imagem do banco junto dos cidadãos, considerou a antiga ministra das Finanças.

Sublinhando que o maior problema da CGD foi resolvido [a necessidade de recapitalização], Manuela Ferreira Leite entende que não se está a trabalhar no processo de valorizar o nome do banco público com sucessivas controvérsias. "Dá a sensação que está toda a gente empenhada em destruir a Caixa, o que é verdadeiramente um paradoxo", lamentou, lembrando que o problema da CGD é também "um problema de confiança" e que não este está a ser resolvido com as inúmeras iniciativas, como a auditoria, o inquérito parlamentar, a inspeção, entre outras.

Relativamente ao tema dos salários e estatuto dos gestores que tem feito correr muita tinta nas últimas duas semanas, a antiga governante considera esta uma "polémica tremenda". "Na circunstância em que o país vive, grandes ordenados são mal vistos, mas há muita demagogia quando se evoca a questão da pobreza", lembrou.

Para Ferreira Leite, não são os salários dos gestores da Caixa que iriam acabar com a pobreza no país."Infelizmente, nem que os gestores fossem todos gratuitamente desempenhar a sua função, não era com os salários não pagos que se resolveria o problema de fosse quem fosse. E, pelo contrário, acho que se a Caixa funcionar bem, muitos beneficiarão do facto do país poder crescer e enriquecer de alguma forma", fundamentou. 

Para sustentar as suas afirmações, Ferreira Leite comparou o mercado dos melhores gestores ao mercado dos grandes jogadores de futebol. "Podemos discordar dos salários que recebem, mas a verdade é que, se houver um português que tenha a felicidade de dar um bom pontapé na bola, e que por acaso resulta num golo bastante necessário, no dia seguinte tem a vida resolvida. Vem um clube estrangeiro que lhe paga mais". 

Outro problema levantado pela social-democrata é o facto de toda a discussão em torno da Caixa ser feita na praça pública. "É uma pena que não haja recato.  A barafunda que existe nesta matéria, em nome da transparência, é muito grande". Daquilo que Ferreira Leite observa, a "Caixa é um instrumento de luta política, e não um instrumento de resolução de um problema de transparência".

Em suma, os dados estão lançados, agora "é escolher se queremos o jogador cá ou lá. Ou se ficamos sem equipa, e aí vamos para a segunda divisão", ironizou.

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