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"Mal-estar" entre PCP e Bloco pode beneficiar a "ponta do vértice"

Santana Lopes e António Vitorino comentaram alegado mau estar entre PCP e Bloco de Esquerda.

"Mal-estar" entre PCP e Bloco pode beneficiar a "ponta do vértice"
Notícias ao Minuto

23:20 - 25/10/16 por Andrea Pinto

Política Notícias

A entrevista de Jerónimo Sousa à SIC foi o tema de conversa entre Santana Lopes e António Vitorino, esta terça-feira, neste mesmo canal. Os dois comentadores centraram o seu debate num suposto mal-estar entre PCP e Bloco de Esquerda, evidenciado pelo líder comunista, que disse que o partido de Catarina Martins gosta de se “pôr em bicos de pé”.

Santana Lopes defendeu que se notou “ali um mal-estar” e que Jerónimo mostrou "preocupações com protagonismos”. Em causa estão as declarações do comunista que afirmou que o Bloco tinha tendência a “levantar bandeiras normalmente erguidas pelo PCP”, numa tentativa de lhes roubar o 'estrelato'.

“O PCP desconfia do Bloco mais do que o Bloco desconfia do PCP”, considerou Santana, defendendo que nesta situação o “PS está apoiado em dois pés que são sólidos mas que estão sempre muito abertos. É uma cadeira muito instável”.

Vitorino concordou com esta visão considerando que a conversa de Jerónimo se assemelhou muito à história da “cigarra e da formiga”. Contudo, defende que os dois partidos têm uma grande diferença “O Bloco de Esquerda é muito mais orientado ideologicamente, enquanto o PCP é orientado por relações de poder”, disse, considerando que isso “faz toda a diferença”.

E explicou porquê: “Estamos a falar só da devolução de rendimentos do acordo, mas há uma outra parte. A alteração das regras das leis laborais que têm muita importância para o mundo sindical onde o Bloco praticamente não existe mas que é um esteio fundamental do poder do PCP”.

Todas estas divergências, dizem, podem - ou não - ser benéficas para António Costa. 

“Temos um triângulo onde só um vértice se dá normalmente com os dois. Esta tensão entre PCP e Bloco é uma vantagem para o PS”, defende António Vitorino. Já Santana, considera que será “uma vantagem apenas até ao dia… até ao dia em que a tensão seja excessiva e haja alguma desagregação

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