António José Seguro fez esta referência ao discurso proferido pelo chefe de Estado, Cavaco Silva, na Assembleia da República, na quinta-feira, durante a sessão solene do 25 de Abril, já na parte final da sua intervenção na abertura do XIX Congresso Nacional do PS e que motivou uma curta reacção de apupos por parte da sala quando foi referido o nome do Presidente da República.
Seguro considerou que "erram aqueles que negam ao nosso país o direito a podermos acreditar que há um caminho diferente do prosseguido por este Governo para encarar e resolver os problemas nacionais".
"Foi este o maior erro transmitido pelo senhor Presidente da República aos portugueses, o erro de negar a esperança e a evidência de que há um caminho alternativo para sairmos da crise. O erro de negar o desenvolvimento e modernidade, em vez de uma receita de asfixia e de condenação à pobreza", disse.
Ainda de acordo com o secretário-geral do PS, o Presidente da República errou ao traçar "um quadro de resignação onde se esperaria um apelo ao melhor das energias de todos para dar curso ao único caminho que vale a pena percorrer: O caminho do combate ao atraso, à queda da economia, às desigualdades e às discriminações que o mais elementar sentido de justiça não pode tolerar numa sociedade democrática".
"Em democracia há sempre soluções, há sempre alternativas. E o pior serviço que à democracia podemos prestar é o da descrença na capacidade do povo para criar soluções para os problemas com que está confrontado", acrescentou.