PCP exige que ministro da Defesa reverta "mau trabalho" do antecessor
O PCP disse hoje "registar negativamente que se mantenham problemas do passado" na Defesa e nas Forças Armadas um ano após a posse do Governo PS, e exigiu que sejam dados passos para melhorar a condição militar.
© Global Imagens
Política Jorge Machado
"Não deixamos de registar negativamente que se mantenham problemas do passado e temos dado conta desse descontentamento", afirmou o deputado do PCP Jorge Machado, após ouvir a direção da Associação Nacional de Sargentos (ANS), na comissão de Defesa Nacional.
Jorge Machado assinalou a coincidência de posições entre o PCP e as queixas manifestadas pela ANS no que respeita à necessidade de valorizar as carreiras militares e dotar as Forças Armadas de melhores condições de trabalho no terreno, sobretudo para o desempenho das missões no território nacional.
O deputado disse que os comunistas exigirão "que este ministro [da Defesa Nacional, Azeredo Lopes] dê os passos necessários para não enveredar pelo caminho da continuação do trabalho do governo anterior, que foi um mau trabalho".
Na audição, a ANS expôs um conjunto de reivindicações que incluem a alteração de várias leis que, alegam, prejudicam a "condição militar", as condições de trabalho dos militares nos quartéis e no terreno, as expetativas de carreira, de reforma e de apoio na saúde.
José Gonçalves frisou que algumas das reivindicações se mantém há vários anos e acusou o atual ministro da tutela, Azeredo Lopes, de prosseguir a mesma política que o seu antecessor, do governo PSD/CDS-PP, Aguiar-Branco.
"O que vemos é a implementação das políticas do governo anterior, quando não para pior. Questionamo-nos o que é que efetivamente mudou", criticou.
Quanto à mais recente alteração em cima da mesa - o aumento da idade de acesso à reforma e do cálculo da pensão - o militar reiterou que o resultado será, a prazo, "um efetivo envelhecido".
No geral, no que respeita à evolução das alterações legislativas à condição militar, "aumentam as penalizações e não se consegue descortinar um direito".
A ANS apelou ainda para que seja alterada a forma como as associações sócio profissionais participam nas alterações legislativas que afetam a carreira e a vida dos militares, defendendo que deviam ter lugar nos grupos de trabalho.
"Assim, neste modelo de dar pareceres, dificilmente se altera uma vírgula", lamentou.
O deputado do CDS-PP João Rebelo disse acompanhar "com preocupação" a evolução das alterações à condição militar, em que "o que é positivo na condição militar diminuiu e o que é negativo aumenta" e realçou o impacto que isso tem na diminuição da atratividade do recrutamento.
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