PS quer repetir vitória de 2013 e PSD quer recuperar maioria de câmaras
O PS quer repetir a vitória nas autárquicas de 2017 para manter a presidência da Associação Nacional de Municípios, enquanto o PSD diz ter condições para reconquistar a maioria e o PCP aposta em "consolidar" posições.
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Política Autárquicas
Em declarações à Agência Lusa, a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, assumiu o objetivo de manter a presidência da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias). O PS venceu as autárquicas de 2013, obtendo a maioria em 149 das 308 câmaras.
"Significa termos o maior número de mandatos e mais votos em todas as eleições autárquicas", disse a deputada, adiantando que até dezembro estarão escolhidos os protagonistas, que serão apresentados numa convenção nacional no primeiro trimestre do ano.
Ana Catarina Mendes dá como certa a aprovação até ao fim do ano do pacote legislativo para o reforço das competências das autarquias e das juntas de freguesia, frisando que a estratégia para as próximas autárquicas aposta numa "política de proximidade" com os cidadãos.
Quanto ao PSD, que em 2013 perdeu 28 câmaras municipais, obtendo a maioria em 86 municípios e em mais 16 em coligação o CDS-PP, o objetivo também "é ganhar", disse à Lusa o coordenador autárquico, Carlos Carreiras, considerando que em 2017 haverá condições para reconquistar algumas posições perdidas.
"Ganhar, ter o maior número de câmaras municipais e ter o maior número de juntas de freguesia" é o objetivo fixado, disse, sublinhando que até agora o essencial do trabalho tem sido programático e desenvolvido pelas estruturas de base.
Quer no PS quer no PSD há ex-autarcas que legalmente poderão voltar a candidatar-se, após terem sido impedidos nas eleições anteriores devido à lei da limitação de mandatos.
"Não estamos a excluir ninguém. O facto de ter sido um ex-presidente de câmara não o exclui de poder voltar a ser depois de ultrapassada a limitação que os impediu de ser nas últimas eleições", afirmou Carlos Carreiras.
Quanto à avaliação de coligações pré-eleitorais com o CDS-PP, "o que se espera é que haja mais do que houve" em 2013.
No CDS-PP - que conseguiu cinco câmaras nas últimas eleições - o coordenador autárquico, Domingos Doutel, afirma que a importância que o partido dá às autárquicas "se demonstra desde logo pelo facto de a presidente dos democratas-cristãos, Assunção Cristas, ser a candidata à capital do país", dando um exemplo "de empenho e ambição".
"Naturalmente que queremos aumentar o nosso número de eleitos", sublinhou. Neste momento, o partido aponta como principal desafio "a escolha dos melhores candidatos" -- cabeças de lista - para as candidaturas próprias com as estruturas locais e a avaliar "o interesse estratégico" de coligações pré-eleitorais, que terão que ser aprovadas em Conselho Nacional.
O PCP, que viu subir de 28 para 34 o número de presidências de câmara em 2013, espera "confirmar as posições, consolidá-las e progredir eleitoralmente", disse à Lusa Jorge Cordeiro, da Comissão Política do partido.
Os comunistas partem para as autárquicas de 2017 apostando na "afirmação do caráter distintivo nas diferenças, de projeto e conceção autárquica, perante o PS, o PSD e o CDS", as "forças que contam do ponto de vista das autárquicas", segundo considerou.
"A grande disputa é entre nós e o PS. Olhando para as nossas 34 camaras (...) a nossa disputa vai ser com o PS. E mesmo maiorias novas, muito dificilmente serão disputadas com outras forças políticas que não o PS", frisou Jorge Cordeiro, ressalvando que pode haver dois concelhos em que a maioria vai ser disputada entre o PSD e o PCP.
Quanto a reflexos da atual situação política no plano local, Jorge Cordeiro admitiu que "haverá sempre uma dimensão nacional nos resultados" mas, frisou, nas eleições locais continua a contar "o mérito e o juízo" que as pessoas fazem do trabalho feito.
O Bloco de Esquerda perdeu em 2013 a única presidência de câmara que tinha, Salvaterra de Magos e apresenta-se às autárquicas de 2017 com o objetivo de "aumentar os eleitos autárquicos" e talvez reconquistar aquela câmara, disse o dirigente e deputado bloquista Pedro Soares.
"Preocupa-nos essa ideia de dizerem que o BE não é um partido autárquico porque não tem presidentes de Câmara, já teve, poderá ter no futuro, mas tem uma presença autárquica significativa. No total, entre freguesias e municípios temos cerca de 500 eleitos", sublinhou.
O BE definiu como "orientação geral" apresentar candidaturas próprias aos órgãos autárquicos e está disponível para participar em movimentos de cidadãos "que respondam a questões programáticas".
Quanto a coligações pré-eleitorais, o dirigente bloquista disse estar convicto de que nem o PS nem o PCP "estão interessados". Em Lisboa, "o que está no horizonte" é o BE apresentar uma lista própria, disse, frisando que até ao momento não há qualquer decisão fechada sobre cabeças de lista.
O PAN, que obteve pela primeira vez representação parlamentar nas anteriores legislativas, pretende apresentar o maior número possível de candidaturas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, distritos onde afirma recolher "mais apoio", disse o deputado André Silva.
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