Nobel da Paz reconhece "esforço enorme" do Presidente Santos
O presidente da delegação do Parlamento Europeu para o Mercosul, Francisco Assis, considerou hoje que a atribuição do Nobel da Paz ao Presidente colombiano é "um reconhecimento do esforço enorme" já realizado e "um estímulo" para superar dificuldades finais.
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Política Francisco Assis
"Trata-se de um reconhecimento do esforço enorme que já foi levado a cabo, mas também um estímulo a toda a sociedade colombiana para que sejam superadas as dificuldades finais, que são ainda significativas, mas que têm de ser superadas, até porque já não há, creio eu, retrocesso nesta situação, e para que este processo de reconciliação nacional seja plenamente concretizado", disse à Lusa o eurodeputado português Francisco Assis.
O prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído ao Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pelos seus esforços para pôr fim à guerra civil do país, que durou mais de 50 anos e matou pelo menos 220.000 colombianos, anunciou o Comité Nobel norueguês.
Para o eurodeputado socialista, o Presidente colombiano "empenhou-se de uma forma notável, corajosa, para criar as condições para promover a reconciliação nacional e fê-lo com enormes dificuldades e deparando com muitas resistências".
Assis recordou que "estão a ser encetados esforços" para prosseguir as negociações, apesar de no domingo ter sido chumbado, num referendo, o acordo de paz entretanto alcançado entre o Presidente e a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Este processo é "um puzzle muito complexo, que teve avanços surpreendentes e extraordinários nos últimos anos", em que há preocupações de "reconciliação, de justiça, de reinserção na vida social, cívica e política daqueles que tinham optado anteriormente pela guerrilha, e também tem de se atender ao lado das famílias das vítimas".
Sobre o facto de o Nobel da Paz ter sido atribuído apenas a uma das partes do acordo, Assis considerou que "a parte fundamental" na negociação foi a iniciativa do Presidente Santos, recordando que as FARC colocaram-se "fora da lei durante larguíssimos anos e cometeram atos bárbaros e injustificáveis".
Se o prémio tivesse sido entregue também às FARC, isso "teria consequências perniciosas no debate político interno na Colômbia, porque houve uma parte fundamental e foi o Presidente da República da Colômbia".
O prémio deve também ser visto "como um tributo ao povo colombiano, que apesar de grandes dificuldades e abusos, não perdeu a esperança de uma paz justa", assim como a todas as partes que contribuíram para o processo de paz, pode ler-se no comunicado do comité.
"Este tributo é prestado, não menos importante, aos representantes das inúmeras vítimas da guerra civil", que fez mais de 220 mil mortos e seis milhões de deslocados.
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