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Reforma da Segurança Social passa pelo "contrato político de geração"

O ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse hoje, em Rio Maior, que uma reforma "a sério" da Segurança Social deve ser objeto de um "contrato político de geração" no seio da Assembleia da República.

Reforma da Segurança Social passa pelo "contrato político de geração"
Notícias ao Minuto

23:35 - 04/10/16 por Lusa

Política Rui Rio

Convidado do primeiro debate de um ciclo de conferências sobre o poder autárquico organizado pela distrital de Santarém da Juventude Social-Democrata, Rui Rio falou amplamente da sua experiência autárquica, deixando alguns "conselhos" para quem se propõe candidatar-se em 2017, sobretudo pela primeira vez.

Respondendo a uma questão sobre o envelhecimento da população, e os problemas de isolamento desta faixa etária, Rui Rio associou a este problema o dos jovens que estão a emigrar, com consequências estruturais "da maior gravidade" para o país, e o da sustentabilidade da Segurança Social, lembrando que, em breve, por cada pensionista haverá apenas um ativo.

"Isto é insustentável para um país que tem salários médios de 700, 800, 900 euros e, não tendo isto nenhuma solução miraculosa, há pelo menos a obrigação que os Governos têm" de olhar o problema e resolvê-lo.

Para Rui Rio, dada a gravidade da situação, este até é mais "um problema da Assembleia da República como um todo", por ser "impossível exigir a qualquer Governo que faça a reforma a sério da Segurança Social sem um contrato de geração, um contrato político com todos".

"É demasiado sério para andarmos a brincar", disse, sublinhando que é preciso encontrar "um consenso, que não é fácil" num "quadro de míngua" como o que o país vive.

Para Rui Rio, a emigração jovem a que o país está a assistir "é da maior gravidade" em termos da estruturação da sociedade, a prazo, para além do efeito na desestruturação das famílias, agravando as situações de solidão e isolamento.

"Isto tem que ser algo que pode não ser muito 'sexy' discutir nesta altura, mas, se nós não atalharmos a tempo, a fatura lá à frente será muito mais pesada", advertiu.

Rui Rio falou, às dezenas de pessoas que o foram ouvir no Centro de Negócios de Rio Maior, sobre a sua experiência na gestão do município do Porto, recomendando a quem começa que identifique os principais estrangulamentos ao desenvolvimento, estabeleça prioridades e seja "coerente" com o que se definiu, enfrentando os interesses e as resistências.

Rio afirmou que as prioridades do seu primeiro mandato, em 2001, foram a coesão social, a reabilitação urbana, a mobilidade e o reequilíbrio financeiro, o que permitiu criar as condições para que o Porto seja hoje uma cidade segura e atrativa.

O ex-autarca afirmou que se os autarcas de Paris e Bruxelas tivessem resolvido as situações de criminalidade e marginalidade não enfrentariam os problemas que têm afetado essas cidades.

Questionado sobre a reorganização administrativa do país, Rio afirmou que, se com a 'troika' não se mexeu nos 308 municípios, essa "é uma guerra que não vale a pena comprar".

"Era desejável, mas não acredito, porque o custo seria muito elevado para os benefícios que traria", disse, reafirmando a sua convicção de que é necessária a regionalização para travar o centralismo crescente do país.

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