Açores: Candidato às eleições alerta para problemas na economia
O cabeça de lista do PCTP/MRPP pelo círculo eleitoral de São Miguel às eleições regionais dos Açores alertou hoje para problemas que afetam vários setores de atividade regional, destacando a situação das pescas.
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Política PCTP/MRPP
"Assistimos a uma profunda crise em diversos setores, um dos quais o das pescas, como resultado de 40 anos de saque por parte de barcos estrangeiros, cuja presença tem sido sempre permitida", disse à agência Lusa Pedro Leite Pacheco, que se apresenta também no sufrágio de 16 de outubro pelo círculo de compensação.
Para o candidato, a região está a "sofrer as consequências dessa irresponsabilidade e demissão" do poder político, que coloca em causa a capacidade dos pescadores poderem exercer a sua atividade.
Pedro Leite Pacheco, que repete a candidatura de 2012, acentuou que a legislação atual "está a dar cobertura a este saque" por parte de frotas estrangeiras, como a espanhola, que referiu ser uma das maiores da Europa.
Além do setor das pescas, o militante do PCTP/MRPP afirmou que outra prioridade da candidatura assenta em "não deixar passar em branco as consequências" do "cerco muito grande" por parte da União Europeia ao que constitui a Zona Económica Exclusiva (ZEE), área de "potencialidades grandes" em relação às pescas e exploração dos fundos marinhos.
O candidato referiu, a este propósito, que os governos nacional e regional têm vindo a "ceder prerrogativas" já instituídas em lei para a região em matéria dos recursos marinhos.
Para Pedro Leite Pacheco, o emprego é outra das matérias que o preocupa, destacando que no setor do turismo há "inúmeros jovens que estão a trabalhar, em muitos casos, sem horário de trabalho".
"Tenho tido conhecimento de casos de 12 horas de trabalho sem pagamento de horas extraordinárias, sem férias e outras prerrogativas previstas nos contratos existentes no setor", disse.
O cabeça de lista disse, por outro lado, que está em curso a "destruição das forças produtivas" nos Açores, que contempla um "cerco aos produtores locais e regionais", e a abertura do mercado aos "grandes produtores internacionais", que fazem chegar à região os seus excedentes.
"Estamos perante um quadro que deve merecer a maior atenção dos açorianos e um balanço muito cuidado do que tem sido a governação resultante do estatuto da autonomia, que completou 40 anos. É preciso saber onde chegámos e como sair. Não é por este mesmo rumo que vamos sair desta crise", considerou.
O candidato afirmou que hoje se vive nos Açores uma "falácia", uma vez que os açorianos "deixaram de mandar na sua casa", sendo os compromissos com a União Europeia que prevalecem.
Sobre as listas do PCTP/MRPP, Pedro Leite Pacheco garantiu que integra pessoas dos setores de atividade da região que são os "melhores porta-vozes" para defender os interesses dessas áreas no parlamento regional.
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