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Catarina Martins pede fim da "impunidade" da Fabrióleo

A coordenadora do Bloco de Esquerda pediu o fim da "impunidade" da Fabrióleo, empresa acusada de ser responsável pela poluição da ribeira da Boa Água, em Torres Novas, onde hoje se juntou ao protesto das populações.

Catarina Martins pede fim da "impunidade" da Fabrióleo
Notícias ao Minuto

23:19 - 24/09/16 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Catarina Martins acusou a Fabrióleo de poluir a ribeira, um afluente do rio Almonda (que, por sua vez, desagua no Tejo), "há 10 anos", situação que no verão deste ano se tornou "particularmente insuportável", levando os residentes a organizaram-se formando um movimento para chamar a atenção para uma situação que considerou "inaceitável".

No meio de um cheiro nauseabundo, Catarina Martins falou com vários dos residentes presentes, alguns deles usando máscara, ouvindo relatos de quem não consegue dormir à noite com um cheiro "que até dá vómitos", mesmo fechando as janelas, ou de quem vê o negócio, como uma residencial e um restaurante, morrer, "porque ninguém aguenta".

Na concentração num dos pontos da ribeira, próximo do centro comercial de Torres Novas, eram vários os cartões escritos à mão com a palavra-de-ordem "Basta", mas também com frases como "Quero abrir a janela", "Devolvam-nos a ribeira", "Ribeira poluída = hortas contaminadas" e "O lugar dos criminosos é na prisão".

"A Fabrióleo continua a poluir de uma forma completamente impune e isso tem de acabar. É preciso respeitar as pessoas que aqui vivem, é absolutamente insuportável o cheiro que estamos a sentir neste momento e é urgente parar com este crime ambiental. Não se pode ficar impune nesta matéria. A fábrica Fabrióleo tem enormes responsabilidades e precisa de parar já com estas práticas e o Estado tem a obrigação de intervir fortemente para que isto pare", afirmou a líder bloquista.

Na sexta-feira, o Ministério do Ambiente reafirmou que têm sido efetuadas diversas ações de inspeção e fiscalização das principais fontes de poluição na ribeira da Boa Água e lembrou que a empresa Fabrióleo -- Fábrica de Óleos Vegetais, situada em Carreiro de Areia, no concelho de Torres Novas, distrito de Santarém, possui um historial de descargas ilegais.

As declarações surgiram na sequência da publicação de um anúncio pela empresa apelando ao Governo para que faça uma "investigação isenta" sobre quem polui os recursos hídricos da Ribeira da Boa Água.

Os dirigentes da empresa dizem que têm sido "objetivamente prejudicados nos processos de licenciamento e acusados publicamente como prevaricadores, sem que essa acusação seja confirmada pelas inúmeras investigações de que são alvo".

Contudo, o Ministério do Ambiente reafirma que a empresa "possui um historial de descargas ilegais na ribeira da Boa Água, as quais têm vindo a ser detetadas por diferentes entidades", com a instauração de vários processos de contraordenação por diversos incumprimentos.

O deputado do Bloco eleito pelo distrito de Santarém, Carlos Matias, disse à Lusa que o partido vai novamente interpelar o ministro do Ambiente na próxima terça-feira no parlamento, exigindo que seja tomada "uma decisão efetiva", que obrigue à suspensão da laboração até que o problema seja resolvido em definitivo.

O presidente da junta de freguesia de Riachos, José Júlio Ferreira, eleito pelo PS, juntou-se ao protesto, agradecendo a Catarina Martins por dar visibilidade a um problema "que se arrasta há anos".

O protesto junto à ribeira da Boa Água inseriu-se na "Marcha pelo Tejo", iniciativa dinamizada pelas distritais do Bloco de Castelo Branco, Portalegre e Santarém, que incluiu mais uma ação exigindo o encerramento da central nuclear de Almaraz, em Espanha.

Catarina Martins afirmou não ser aceitável que Espanha use o argumento da "situação confusa", resultante da dificuldade de formar Governo, para não tomar uma decisão, mas que tenha decidido alargar o espaço de armazenamento de uma central que está "obsoleta".

"Lembro que foi aprovado um projeto de resolução por todos os partidos na Assembleia da República e é preciso dar passos. Não pode a central de Almaraz estar a alargar o seu espaço de armazenamento em vez de começar a ser desmantelada, que é o que tem de acontecer", declarou.

A "Marcha pelo Tejo" começou em Vila Velha de Ródão, passou por Nisa e Abrantes e culminou em Torres Novas com uma visita à ribeira e um comício com intervenções da vereadora Helena Pinto, do deputado Carlos Matias e de Catarina Martins.

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