PCP e PS aliados nas críticas à "ação revanchista" do PSD e CDS
O PCP e o PS aliaram-se hoje nas críticas à bancada da direita, falando na "ação revanchista" do PSD e do CDS e destacando o "cocktail explosivo" em que deixaram o país.
© Reuters
Política Parlamento
O mote das críticas foi dado pela intervenção política no plenário da Assembleia da República do líder da bancada comunista, João Oliveira, que em jeito de balanço do último ano, sublinhou a "ação revanchista da PSD e do CDS" e as tentativas da União Europeia de travar a recuperação de direitos e rendimentos, ao mesmo tempo que tentavam "destruir a solução política" encontrada depois da queda do último Governo de Passos Coelho.
"PSD e CDS assumiram uma posição de sistemática oposição e resistência a toda e qualquer medida que contribua para reverter o saque de direitos e rendimentos", disse.
Depois, dirigindo-se à bancada do CDS-PP, João Oliveira rejeitou as tentativas dos democratas-cristãos de "tentar enlamear o PCP" a propósito do IMI e sugeriu que fossem ver as declarações entregues no Tribunal Constitucional, que confirmam que o partido pagou em 2015, relativo a 2014, 29 mil euros de IMI.
"Nós não temos submarinos no armário", sublinhou o líder parlamentar do PCP, dirigindo-se novamente ao CDS-PP.
Pelo PS, o deputado Tiago Barbosa Ribeiro alinhou nas críticas, sustentando que o atual Governo está a tentar inverter o "cocktail explosivo em que a governação da direita deixou o país".
Na resposta, o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim lembrou a situação de "bancarrota" em que o PS deixou o país em 2011 e pediu a Tiago Barbosa Ribeiro para "ter vergonha na cara".
A expressão utilizada mereceu um reparo do vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão - que estava a conduzir os trabalhos: "Pedia para tentarmos ter alguma contenção na maneira como nos dirigimos uns aos outros", disse.
"Fui até bastante contido", retorquiu Carlos Abreu Amorim, sublinhando que gostaria que o mesmo critério fosse aplicado quando algumas bancadas, nomeadamente da "esquerda radical", dirigem "insultos" às bancadas do PSD e do CDS-PP com "o silêncio conivente da mesa".
"O critério é uniforme", afiançou Jorge Lacão.
Depois desta troca de palavras, Carlos Abreu Amorim dirigiu-se à bancada do PCP, dizendo compreender o discurso "explicativo" que os comunistas têm de fazer para as suas bases de apoio do "papel dificílimo" que desempenham numa coligação em que o partido é "o elo mais fraco" e o "elemento constantemente menorizado pelo PS".
Ainda esta manhã, recordou, a deputada do BE Mariana Mortágua anunciou ao país um imposto que "inventou" e de imediato um deputado do PS surgiu a dizer que era "um imposto muito bom".
"O PCP faz a tristíssima figura de vir em terceiro lugar, a saltitar de dedo estendido e a dizer 'nós também estamos de acordo'", ironizou, lamentando que os comunistas "em prol de umas migalhas de poder e em prol de terem o domínio absoluto do ministério da Educação, abandonem as suas bandeiras, abandonem as suas razões de sempre e passem a ser um mero serventuário das ideias do BE aplicada pelo Governo do PS".
A deputada do CDS-PP Cecília Meireles juntou-se nos ataques ao PCP, voltando a falar da questão do IMI e do IVA e questionando os comunistas de que lado da "barricada" estão: se do lado daqueles que pagam os impostos que devem ou se do lado daqueles que não querem pagar impostos.
"Os chiliques e achaques da direita e as tentativas de tentarem fazer intriga, provam que não tem política alternativa, não tem nada para mostrar, além de manter os impostos aos trabalhadores, mas nunca taxar o património dos mais ricos", replicou a deputada do BE Mariana Mortágua.
Na primeira sessão plenária da segunda sessão legislativa da XIII Legislatura, o partido ecologista Os Verdes fizeram também uma declaração política, onde falaram do TTIP - Tratado de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, considerando que as notícias que falam no seu fracasso são "boas notícias para todos".
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