Deputado do CDS aceita críticas de ex-primeiro-ministro angolano
O deputado do CDS-PP Hélder Amaral concordou hoje com o reparo feito pelo antigo primeiro-ministro de Angola, Marcolino Moco, de partidos portugueses interessados apenas em defender os negócios de Portugal.
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Política Hélder Amaral
"Concordo com ele, é fundamental, aliás toda a cooperação portuguesa e cooperação que fazemos é uma cooperação de boa governação, de fortalecimento das democracias, é evidente que temos que respeitar o povo soberano e a escolha dos angolanos e não temos de ter nenhuma intenção de dizer aos angolanos como é que eles devem viver", reagiu, em declarações à agência Lusa, Hélder Amaral às críticas.
Marcolino Moco lamentou que partidos políticos portugueses apoiem a forma como Angola está a ser dirigida, em troca da realização de negócios, quando dirigia uma mensagem na abertura hoje do II congresso ordinário da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que contou ainda com a presença dos partidos PSD e BE.
"Ele foca exatamente isso, ou seja, cada país deve encontrar o seu modelo, concordo absolutamente com o Dr. Marcolino Moco, quando ele diz que temos que encontrar uma democracia africana, que não tem que ser uma democracia parecida com a europeia, mas nos aspetos fundamentais é evidente que tem que ser", frisou.
Hélder Amaral defendeu aquilo que diz ser necessário às boas relações entre os dois países - "uma espécie de ?aid and trade'".
"Ou seja, as relações económicas são importantes, mas não são as mais importantes", salientou.
Para o deputado do CDS-PP, mais importante que as relações económicas é a língua comum, a aproximação cultural entre si, que "ajuda a reforçar aspetos de boa governação, melhorar o pluripartidarismo, a liberdade de imprensa, as liberdades individuais, o respeito pelos direitos humanos".
"Eu acho é que fazemos isso, mantendo proximidade e não pelo afastamento, porque isso faz com que Angola possa eventualmente regredir e tenho a certeza que não vai regredir para um passado que não queremos, por isso concordo, recebi a mensagem acho que ele tem razão", disse o político português.
"O aspeto económico é fundamental, mas não pode ser central, não pode ser só isso, por isso é que eu falo nas ligações familiares", reforçou.
Instado a comentar as críticas, o deputado do PSD José Cesário, escusou-se a fazê-lo, sublinhando não ser função do seu partido "fazer negócios".
"Nós temos aqui uma presença política, uma presença que traduz solidariedade política, neste caso concreto correspondendo a um convite muito simpático da CASA-CE, para aqui virmos transmitir essa nossa solidariedade. Obviamente os partidos políticos têm o seu papel, os empresários têm outro", avançou.
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