Bloco reclama resolução urgente do problema dos resíduos do Cachão
O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, reclamou hoje a resolução urgente do problema dos resíduos no antigo complexo do Cachão, em Mirandela, nem que em última instância seja a Administração Central a tomar a iniciativa.
© Lusa
Política Mirandela
O parlamentar que é também presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, na Assembleia da República, contactou hoje com a população da aldeia transmontana e visitou os armazéns de resíduos de papel e plástico prensado onde em três anos ocorreram dois incêndios.
Pedro Soares disse à Lusa que observou que os resíduos ainda continuam a arder, desde o último fogo, em fevereiro, e a população queixa-se do perigo e da poluição, nomeadamente cheiros e fumos e concluiu que pode mesmo estar em causa responsabilidade criminal dos administradores da empresa em causa.
O deputado adiantou que durante a próxima semana irá requerer ao Governo esclarecimentos sobre a situação, com a qual pretende confrontar o ministro do Ambiente, nuns reunião que disse ter agendada para 13 de setembro.
"Isto é um autêntico cancro que está metido entre os concelhos de Vila Flor e Mirandela", afirmou, considerando que se trata de uma situação inadmissível que tem de ser resolvida.
A única forma de resolver, como defendeu, é "retirar os resíduos dali e entregá-los à reciclagem" e caso a empresa não o faça, Pedro Soares entende que deve ser a entidade responsável pelo arrendamento do espaço, a sociedade municipal Agroindustrial do Nordeste, a Câmara ou em última instância a Administração Central, pedindo depois para serem ressarcidas.
"Há uma alienação da responsabilidade que tem de se revolver", vincou, reiterando que "não se pode manter durante anos uma situação destas".
O deputado do Bloco de Esquerda afirmou que ouviu relatos das pessoas com que falou sobre um restaurante que teve de encerrar por falta de clientes devido aos cheiros e fumos lançados pelos resíduos que continuam a arder.
Segundo disse, a população queixa-se de que "o ar torna-se irrespirável quando o fumo se acumula", sublinhando o "impacto visual, ambiental e na qualidade de vida das pessoas".
Para Pedro Soares, "na situação é ainda mais complicada porque os armazéns estão à beira do rio Tua", alertando para o risco de eventual contaminação das águas.
"Esta situação é fazer tudo ao contrário para que o Interior possa ganhar músculo demográfico e económico", considerou.
Nos armazéns em causa ocorreram dois incêndios, um em agosto de 2013 e outro em fevereiro, que alarmaram a população e os restantes ocupantes do antigo complexo industrial, que alberga cerca de uma dezena de empresas e emprega permanentemente mais de uma centena de pessoas, chegando às 250 em trabalhos sazonais.
Depois do último incêndio, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRN) do Norte fez saber que a empresa Mirapapel não estava autorizada a armazenar o material naquele local" e já tinha sido alvo de autos de contraordenação e ordens para remoção dos resíduos e deposição em aterro adequado", nomeadamente uma coima de 38.500 euros.
A empresa alega que não tem condições para proceder à retirada dos resíduos e a Câmara de Mirandela fez saber depois do último incêndio, que se trata de um esforço financeiro insuportável pelo orçamento municipal.
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