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PCP distancia-se do PS na legalização de concorrentes aos táxis

O secretário-geral do PCP discordou hoje do Governo socialista em legalizar empresas de transporte de passageiros concorrentes aos táxis, como a Uber, num convívio com 300 empresários do setor, num restaurante do Estádio da Luz, em Lisboa.

PCP distancia-se do PS na legalização de concorrentes aos táxis
Notícias ao Minuto

23:43 - 31/08/16 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

"Que fique claro - o PCP não acompanha esta opção do Governo. Uma opção que é, em nosso entender, o caminho oposto àquele que deveria ser seguido, pois o setor sofre de um excesso de oferta nas zonas onde agora a querem fazer subir ainda mais", vincou Jerónimo de Sousa.

O líder comunista foi o primeiro dos partidos com assento parlamentar convidado para um evento do género por especial homenagem à ação do PCP na defesa daquele setor, nomeadamente através do deputado Bruno Dias, também presente e muito elogiado por vários dos numerosos oradores.

"A concretizarem-se as intenções do Governo, com a liberalização dos contingentes, a legalização da Uber em concorrência desleal ao setor do táxi e o aumento brutal da oferta, poderemos vir a assistir a centenas de falências, particularmente nas zonas urbanas, onde a atividade das multinacionais pode ganhar maior peso e retirar maiores lucros", insistiu o secretário-geral do PCP.

Recordando a iniciativa legislativa comunista ainda na Assembleia da República de aumento das coimas para as empresas com serviços concorrentes com os táxis, Jerónimo de Sousa defendeu que "as multinacionais têm de cumprir a lei, tem de acabar a impunidade e atual situação onde quem está legal paga multas e quem está ilegal anda impune".

"Este é que é o objetivo e a consequência de fundo do processo liberalizador - provocar a insolvência da generalidade das pequenas e médias empresas do setor e colocar o grosso do setor numa posição subalterna às multinacionais", denunciou o líder comunista.

Jerónimo de Sousa frisou que houve uma "brutal degradação dos transportes coletivos públicos" e "foi o táxi que salvou inúmeras povoações de viverem num autêntico recolher obrigatório", sendo, "por isso, ainda mais injusto que o setor tenha sido afastado pelo anterior Governo (PSD/CDS-PP) do transporte de doentes".

O presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, entre outros representantes de motoristas profissionais, elogiaram o PCP por ser "o primeiro partido a defender no parlamento travar o infrator" e defender os seus interesses, mas prometeu convidar outras forças políticas com assento parlamentar para iniciativas do género.

"Caso o Governo falhe, a maior concentração está já marcada e vai ser histórica no próximo mês de setembro", em Lisboa, prometeu Carlos Ramos.

Os representantes dos taxistas pediram recentemente ao Governo socialista para apreender os carros que prestam serviço para plataformas de mobilidade, como a Uber ou a Cabify, após reunião entre a FPT e a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) com o Ministério da Administração Interna (MAI).

As empresas concorrentes em questão funcionam com plataformas através da Internet e telefones móveis que permitem pedir carros de transporte de passageiros, com uma aplicação que liga quem se quer deslocar aos operadores.

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