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Quotas em empresas: Isabel Moreira refuta ideia de "mérito por decreto"
Isabel Moreira admite discordar de Manuel Serrão, empresário para quem a imposição de quotas nas empresas atribui às mulheres “mérito por decreto”.
© Global Imagens
Política Isabel Moreira
Defender os direitos das mulheres é uma luta há muito travada por Isabel Moreira. A socialista saiu, uma vez mais, em defesa do sexo feminino, em reação a um artigo de opinião assinado por Manuel Serrão no Jornal de Notícias.
O empresário sugeriu, esta quarta-feira, que “as mulheres verdadeiramente livres, democratas e capazes deveriam ser as primeiras a recusar o presente” envenenado do ministro-adjunto Eduardo Cabrita, referindo-se à extensão das quotas às empresas privadas.
No entender do empresário – que admite empregar, no seu escritório, apenas mulheres, sem disso se arrepender –, é “horrível ter de contratar mulheres que só conseguem mérito por decreto”.
Opinião diferente tem Isabel Moreira, convicta de que “praticamente não há mulheres nos conselhos de administração das grandes empresas privadas porque são maravilhosas e, de repente, a meio da carreira, estagnam. Não as deixam progredir”.
“Talvez não tenha reparado que as mulheres livres, democratas e capazes que estão no Parlamento não estariam lá apesar da sua competência. Daí as quotas. É por isso que a minha liberdade e sentido de igualdade e de democracia exigem políticas públicas ativas de correção de um escândalo”, atira a deputada socialista, numa publicação feita na sua página no Facebook.
“Não, caro Manuel Serrão, liberdade, democracia e capacidade pressupõem um mundo igual em oportunidades. Esse mundo não existe. E nós, mulheres, não vamos ficar à espera que um dia assim de repente parem de nos discriminar”, escreve ainda, reforçando: “Mérito por decreto? Não. Decreto para impedir o esmagamento do mérito das pessoas que nascem com esse incómodo para o mundo laboral: são mulheres”.
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