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CDS e MPLA: Pontos em comum, trapalhadas ou interesses?

O congresso do MPLA parece ter gerado controvérsia dentro do CDS, sobretudo depois das declarações de Hélder Amaral.

CDS e MPLA: Pontos em comum, trapalhadas ou interesses?
Notícias ao Minuto

11:20 - 19/08/16 por Inês André de Figueiredo

Política Controvérsia

As declarações de Hélder Amaral em relação à presença do CDS no congresso do MPLA, em Angola, têm gerado controvérsia, especialmente entre alguns nomes ligados ao partido. Depois de Manuel Monteiro e de Ribeiro e Castro, antigos líderes centristas, terem tecido duras críticas face à postura assumida em nome do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da Juventude Popular, veio demarcar os jovens centristas dessas palavras.

Hélder Amaral admitiu que o CDS tem agora “muitos mais pontos em comum” com o MPLA, falando de uma proximidade entre os dois partidos e agitando diversas opiniões.

Ora, Ribeiro e Castro foi um dos primeiros a reagir referindo que com estas declarações o CDS “veio investir o partido único, e isso é uma coisa miserável”. “Os angolanos, incluindo o MPLA, querem construir uma democracia pluripartidária e vem um partido estrangeiro ungir e investir um partido único como se não houvesse mais partidos em Angola. Isto, de facto, é outra vez um mau serviço que se faz aos angolanos”, frisou.  

Também Manuel Monteiro foi incisivo na análise que fez a propósito da ida ao congresso e das palavras em causa. “Estamos a atravessar uma fase crítica e negativa no país e custa-me ver a Direita portuguesa, ou os seus responsáveis, mais preocupados com os seus negócios e interesses particulares do que propriamente com os interesses do país”, atirou.

E foi ainda mais longe: “Um país que se verga, que se cala, e uma Direita que se vende aos interesses de alguns dos seus dirigentes é uma direita que não é digna de apregoar o conservadorismo, os princípios cristãos, os valores e os princípios”, criticou.

Já o líder da Juventude Popular reagiu através de uma publicação no Facebook e mostrou-se contra a posição tomada por Hélder Amaral. “Há palavras que extravasam gravemente a mera cortesia e o salutar institucionalismo. Antes de serem ditas devem pensar-se. Depois de pensadas não podem ser ditas”.

“Para o CDS e o MPLA evidenciarem hoje muitos pontos em comum, sendo ideológica e pragmaticamente a negação um do outro, algum há-de ter mudado radicalmente. Observando a realidade social, económica e política de Angola, perceber-se-á imediatamente que não foi o Partido que tem governado o País desde 1975”, começou por escrever

Posto isto, o líder da JP exigiu: “Para que os militantes centristas não fiquem retidos no horror da dúvida, sem saberem se foi o CDS que se transformou de súbito, convém que alguém traduza esta trapalhada. Sem que ela pareça um vale tudo pelos dólares angolanos. Na parte que me cabe, para que não subsistam equívocos, garanto que a Juventude Popular não se revê em nenhuma outra força juvenil que baseia a sua matriz no Marxismo-Leninismo. Seja cá dentro ou lá fora. A JCP ou a JMPLA”.

No entanto, sublinhe-se, Telmo Correia saiu em defesa do partido e frisou que a “intenção é estar presente e manter diálogo com todos os partidos angolanos”, algo que considera “útil”.

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