CDS considera útil para relação dos países a ida ao congresso do MPLA
O dirigente do CDS-PP Telmo Correia defendeu hoje que o partido esteve pela primeira vez no congresso do MPLA porque considera que pode ser útil ao relacionamento entre Portugal e Angola, adiantando que aceitará outros convites de partidos angolanos.
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Política Telmo Correia
"A nossa intenção é estar presente e manter diálogo com todos os partidos angolanos porque pensamos que este diálogo pode ser útil ao relacionamento entre os dois países", afirmou à Lusa Telmo Correia, anunciando que o CDS estará presente em setembro no Congresso do terceiro maior partido angolano, o CASA - CE (Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral).
O vice-presidente do grupo parlamentar e membro da comissão política centrista falava à Lusa depois de o ex-presidente do partido José Ribeiro e Castro ter dito que o que o CDS foi ao Congresso do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) fazer foi "investir o partido único".
"O processo que Angola tem de fazer - que é um processo que nós esperamos que seja cada vez mais forte do ponto de vista institucional, do ponto de vista da organização do Estado, do ponto de vista da democracia -, consideramos que se faz também conseguindo pontes de diálogo", contrapôs Telmo Correia.
Telmo Correia sublinhou que "o CDS fez o que outros partidos portugueses já fazem há muito tempo", e que, sendo pela primeira vez convidado pelo MPLA, "entendeu que devia estar porque, em primeiro lugar, é de uma enorme importância institucional tudo o que diz respeito ao relacionamento com Angola".
"Em segundo lugar, porque Angola é um país fundamental no quadro da lusofonia e é um país fundamental no quadro da CPLP. Em terceiro lugar, porque este relacionamento do qual estou a falar país a país, Estado a Estado, não dispensa e faz-se também no quadro do relacionamento entre partidos", justificou.
O Congresso do MPLA, que começou na quarta-feira em Angola, recebeu delegações do PSD, PS, PCP e CDS-PP e o ex-líder centrista e antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, a "título pessoal", de acordo com fonte oficial centrista.
"Os partidos conhecerem-se, os responsáveis dos partidos conhecerem-se, pode ser um instrumento importante neste relacionamento Estado a Estado", argumentou Telmo Correia, salientando também "o número de portugueses que estão em Angola e de portugueses que estão a trabalhar com Angola".
"O CDS não privilegia nenhum relacionamento em particular, neste quadro, o diálogo que nós queremos ter e que iremos ter será com todos os partidos angolanos", frisou.
Telmo Correia adiantou que a decisão de o CDS se fazer representar no Congresso do MPLA foi tomada no âmbito da direção do partido e com o seu responsável pelas relações internacionais, referindo que a comissão política não reuniu para se pronunciar sobre este assunto.
O dirigente do CDS quis ainda "sublinhar que o deputado Hélder Amaral tem, por razões que são óbvias, uma satisfação particular por ter sido o representante do CDS neste Congresso, ele que tem ligações pessoais, de nascimento e de sangue, a Angola tão fortes".
Sobre as críticas de Ribeiro e Castro, Telmo Correia afirmou: "O nosso antigo presidente Ribeiro e Castro vir fazer críticas ao CDS não é novidade, novidade é o CDS ter estado pela primeira vez num congresso do MPLA".
José Ribeiro e Castro defendeu hoje que o CDS deve explicar as declarações Hélder Amaral.
"O que o CDS - com estas declarações - veio fazer foi investir o partido único, e isso é uma coisa miserável. Os angolanos, incluindo o MPLA, querem construir uma democracia pluripartidária e vem um partido estrangeiro ungir e investir um partido único como se não houvesse mais partidos em Angola", afirmou à Lusa o ex-líder centrista.
Na quarta-feira, Hélder Amaral disse que o CDS está muito mais próximo do MPLA e, agora, com "muitos mais pontos em comum".
"Espero que seja o primeiro de muitos congressos e esperamos também ter no nosso congresso representantes do MPLA", disse o dirigente do CDS-PP, considerando normais as relações entre Portugal e Angola, "apesar das normais turbulências que têm que ser entendidas como normais em países que têm uma proximidade tão grande".
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