CDS e MPLA? Irónico, Ribeiro e Castro remete para Kim Jong-un
Visita dos centristas a Angola ficou marcada por elogios ao MPLA, o partido do presidente José Eduardo dos Santos.
© Global Imagens
Política Angola
O CDS-PP assumiu-se, esta quarta-feira, mais próximo do MPLA, num congresso do partido que está no poder em Angola.
“Muitos pontos em comum” foi a expressão que se ouviu da boca de Hélder Amaral, convicto de que “os dois países, os dois partidos, têm tudo para que a relação seja cada vez mais forte”.
As declarações foram recebidas com ironia até por elementos centristas. É o caso de Ribeiro e Castro, que não deixou de expressar a sua insatisfação numa publicação feita na sua página no Facebook.
Após ouvir as palavras de Hélder Amaral e depreender que o deputado “tinha gostado muito de José Eduardo dos Santos, cujo discurso bem poderia ser um discurso de Paulo Portas num congresso do CDS”, o antigo líder do CDS não poupou no sarcasmo.
“Esse congresso do CDS talvez venha a contar também com a presença de delegações do Partido Comunista de Cuba, do Partido do Trabalho da Coreia do Norte, do Partido Comunista do Vietname, da FRELIMO, da Frente Polisário e do Partido Comunista da China - tudo delegações estrangeiras cuja presença em Luanda é destacada pelo influente Jornal de Angola’ ao lado da do CDS-PP”.
“A confraternização fraterna abrirá certamente novas relações correligionárias. Não fora a sua conhecida aversão a viajar, poderíamos mesmo contar já como assegurada a presença de Kim Jong-un, a liderar a delegação do Partido do Trabalho norte-coreano. Esse Congresso do CDS-PP reunirá certamente em Viseu [de onde Hélder Amaral à natural]”, acrescentou o centrista.
Pedem-se explicações
Também em declarações à agência Lusa, o ex-presidente do CDS defendeu que o partido deve explicar as declarações do seu deputado Hélder Amaral no Congresso do MPLA, em Luanda, que classificou como "miserável" investidura de um partido único.
"O que o CDS - com estas declarações - veio fazer foi investir o partido único, e isso é uma coisa miserável. Os angolanos, incluindo o MPLA, querem construir uma democracia pluripartidária e vem um partido estrangeiro ungir e investir um partido único como se não houvesse mais partidos em Angola. Isto, de facto, é outra vez um mau serviço que se faz aos angolanos: do mesmo calibre do tempo em que nos cafés em Lisboa as pessoas se entrincheiravam por trás dos partidos armados alimentando a guerra civil em Angola. Isto é muito negativo", disse à Lusa José Ribeiro e Castro.
[Notícia atualizada às 11h15]
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