CDS pede explicações ao Governo sobre "chumbo" de novos polícia
O CDS-PP vai enviar imediatamente um pedido por escrito ao Governo a solicitar explicações sobre os motivos pelos quais será travada a formação de 800 novos polícias, viabilizando apenas a de 300, ao contrário do que estava previsto.
© Global Imagens
Política Telmo Correia
A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo deputado centrista Telmo Correia, que reagia assim a uma notícia divulgada na quarta-feira pelo Correio da Manhã que dava conta de que o ministro das Finanças vai travar a formação de 500 novos polícias, alguns dos quais já pré-selecionados, viabilizando apenas a de 300, ao contrário dos 800 inicialmente previstos.
A formação de 800 novos polícias é um processo que já vem de 2014 e que o Governo liderado por António Costa já prometera cumprir, mas que é agora inviabilizada por Mário Centeno devido a "constrangimentos orçamentais", acrescentava o matutino.
Ao considerar "muito preocupante" esta decisão do Governo, uma vez que a renovação das forças de segurança é fundamental além de que a segurança dos cidadãos não pode ser posta em causa, Telmo Correia disse que, em setembro, no reinício dos trabalhos parlamentares, os centristas vão apresentar um requerimento a solicitar a presença da ministra da Administração Interna no parlamento para esclarecer esta questão.
Neste momento, a "emergência, a prioridade" é este "drama intensíssimo" que o país está a viver, disse numa alusão aos incêndios que há dias fustigam Portugal continental e a Madeira.
"Porque [a ministra Constança Urbano de Sousa] é a responsável pelo efetivo e pelas forças de segurança e quem responde pelo dispositivo das forças de segurança, pelo que será a presença da ministra da Administração Interna que iremos pedir em primeira linha", disse Telmo Correia.
O CDS vai exigir que o Governo "dê explicações detalhadas, porque isto não é aceitável", indicou.
Instado pela Lusa a comentar os "constrangimentos orçamentais" invocados por Mário Centeno para o "chumbo" à formação de 500 novos polícias, o deputado centrista, que é vice-presidente da Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias considerou-os, "um facto extraordinário" .
"Tanto quanto me lembro, este Governo tinha anunciado que iria combater a existência de austeridade e, portanto, isso parece-me uma medida não só de uma austeridade sem nexo, como de uma austeridade absoluta", frisou.
Referiu, a propósito, que no anterior governo de coligação PSD/CDS-PP "mesmo em circunstâncias muito difíceis procurou sempre garantir-se que aquilo que são as funções fundamentais do Estado, designadamente as funções de soberania, como é o caso da proteção e segurança dos cidadãos, que têm de ser as primeiras a ser protegidas".
"Se há área onde este tipo de cortes não devia existir é exatamente a da segurança dos cidadãos" indicou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com