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"Até ao Orçamento, não haverá dia em que não se fale da catástrofe"

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) advertiu na quinta-feira que as pressões europeias vão ser uma realidade até à aprovação do Orçamento do Estado e o problema das sanções por défice excessivo voltará a pôr-se em setembro.

"Até ao Orçamento, não haverá dia em que não se fale da catástrofe"
Notícias ao Minuto

05:57 - 29/07/16 por Lusa

Política Catarina Martins

Catarina Martins fez esta advertência num comício de verão realizado em Monte Gordo, no concelho algarvio de Vila Real de Santo António, e congratulou-se pela "vitória" do cancelamento das sanções da Comissão Europeia a Portugal por défice excessivo, que disse ter sido alcançada, não porque o país tenha jogado pelas regras Europeias, mas porque defendeu os seus interesses.

"Daqui até ao Orçamento do Estado, todos os dias ouviremos notícias da catástrofe, não haverá dia nenhum em que não haverá uma manchete de jornal, uma declaração de um responsável da Comissão Europeia, um qualquer comentador, a avisar que vem aqui um corte não sei onde, um congelamento não sei que mais, um a taxa de IVA que há de aumentar", previu a líder do BE.

Catarina Martins alertou também que "todos os dias virá uma qualquer notícia a tentar convencer que, face à pressão da Europa, o único caminho é empobrecer, é voltar atrás nas conquistas que já tivemos", mas defendeu que, "da mesma forma que o BE é o aliado presente, determinado, de um Governo capaz de fazer frente à Comissão Europeia", é também "a garantia ao país de que aquilo que se está a fazer é a proteger salários, pensões, emprego, Estado Social".

"Nem um paço atrás, essa foi a aprendizagem que fizemos", afirmou, numa referência à decisão de não sancionar o país por défice excessivo.

A dirigente do Bloco de Esquerda disse que o cancelamento da multa fez o país saber que "defender Portugal vale a pena" e "não é impossível".

"Essa é a nossa vitória, essa aprendizagem de que levantarmo-nos em nome de quem aqui vive, de quem aqui trabalha, de quem trabalhou toda uma vida, vale a pena. E essa vitória, essa aprendizagem, temos de a compreender bem, porque o problema das sanções mantém-se: Em setembro será discutido se nos vão ou não cortar fundos estruturais, e todas as chantagens, todas as notícias, todas as pressões se mantêm", insistiu.

Catarina Martins advertiu ainda que a "aprendizagem" alcançada pelo processo por défice excessivo demonstra que no "jogo" da União Europeia "não há regras" porque "24 [Estados] em 28 não cumpriram [o défice] e Portugal é que estava e está a ser sancionado".

"O jogo da Comissão Europeia, o jogo da União Europeia, não é um jogo que valha a pena ser jogado, é a roleta russa, e por muito que tenhamos ganho desta vez, continua a ser a roleta russa em setembro, por isso nós sabemos que Portugal não ganha por jogar pelas regras, Portugal ganha por defender a dignidade de quem aqui vive e por não ceder à pressão", defendeu Catarina Martins.

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