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"É irrealista insistir num cenário em que já ninguém acredita"

Maria Luís teceu duras críticas ao Governo socialista.

"É irrealista insistir num cenário em que já ninguém acredita"
Notícias ao Minuto

13:25 - 31/05/16 por Zahra Jivá

Política Maria Luís Albuquerque

A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, veio comentar esta manhã os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que colocaram o investimento em Portugal em níveis mais baixos do que esperado.

Dizendo que é "com alguma preocupação que olha para os danos", a social-democrata considera que "a economia de facto não está a correr bem, pois temos o investimento a afundar. Sem o investimento não teremos crescimento sustentado e não teremos criação de emprego".

Exemplificando com outro dado, Maria Luís Albuquerque recorre às exportações, que "constituíam o motor do crescimento e já há um tempo razoavelmente longo estão em queda".

"Previsivelmente as metas deste ano não serão atingidas. Já, é claro, que são inatingíveis. Estamos a crescer abaixo da média europeia", declara, acrescentando que "estas questões não acontecem por acaso, decorrem das políticas que estão a ser seguidas pelo Governo".

Para Maria Luís, "é irrealista e irresponsável insistir num cenário macroeconómico em que já ninguém acredita".

A ex-ministra aludiu ainda à paralisação de mais de um mês dos estivadores do Porto de Lisboa, pois segundo a própria, o governo anterior tinha "levado a cabo uma reforma do setor portuário que tinha sido muito bem acolhida".

"Aquilo que aconteceu neste acordo é claramente um retrocesso, o que nós vimos é que o Governo andou literalmente durante seis meses a assobiar para o lado. O Governo desistiu de governar por estar demasiado condicionado pelos parceiros à sua Esquerda", sublinha.

Sobre a questão da reposição das 35 horas de trabalho semanais aos funcionários públicos, a social-democrata considera esta uma autêntica "trapalhada" a forma como tem sido feita "a gestão política".

"Este era um compromisso que estava no programa eleitoral, que foi colocado no programa do Governo. Desde então temos assistido a anúncios de que vai entrar a 1 de julho e que é para todos, mas depois já não é para todos… Isto interrompe um princípio de aproximação entre os setores público e privado", frisa.

Maria Luís aborda ainda as declarações do ministro da Saúde e do ministro das Finanças. "Ouvimos o ministro da Saúde dizer que no setor da Saúde tinha impacto significativo do ponto de vista orçamental, ouvimos o ministro das Finanças dizer que não havia impactos orçamentais, mas que tinha que fazer uma introdução faseada. Isto tem sido uma péssima atuação do atual Governo", afirma.

"Não conseguimos compreender como é que o Governo diz que não há impacto, isso seria o mesmo do que admitir que os trabalhadores do setor público a trabalharem mais cinco horas por semana não produzem nada. O que é do nosso ponto de vista absolutamente incompreensível", remata.

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