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Os Verdes atribuem troféu pela "mentira do ano" a autarca de Sátão

O Partido Ecologista Os Verdes atribuiu hoje 'o troféu pela mentira do ano' ao presidente de Sátão a propósito das suas afirmações em relação à ETAR de Rio de Moinhos, que garante estar a funcionar nas devidas condições.

Os Verdes atribuem troféu pela "mentira do ano" a autarca de Sátão
Notícias ao Minuto

16:02 - 01/04/16 por Lusa

Política ETAR

Apenas com uma simples observação, qualquer pessoa, mesmo sem conhecimentos técnicos, identificaria a falta de manutenção da ETAR de Rio de Moinhos. No entanto, o senhor presidente da Câmara de Sátão referiu à comunicação social que a afirmação do Partido Ecologista Os Verdes é falsa e sem fundamentos concretos, pois a ETAR está a funcionar perfeitamente bem, não estando prevista qualquer requalificação, negando até que a ETAR, que rejeita as águas para o rio Côja, esteja ao abandono", alega o partido.

Em declarações à Lusa, o dirigente do Partido Ecologista Os Verdes Miguel Martins explicou que o galardão da mentira do ano é entregue a Alexandre Vaz, presidente da Câmara de Sátão, após declarações à comunicação social, a 22 de dezembro de 2015, onde garantiu que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Rio de Moinhos está a funcionar devidamente.

O depoimento do autarca surgiu no dia seguinte ao Partido Ecologista Os Verdes ter questionado o Governo sobre "o estado de abandono e de degradação" da ETAR de Rio de Moinhos, após visita ao local em setembro de 2015, em que dizem ter encontrado "um cenário de degradação e de abandono incompatível com o tratamento eficiente de águas residuais".

"Durante a visita, foi possível constatar o mau estado de funcionamento desta infraestrutura, assinalável pelo cheiro nauseabundo e pestilento ali presente, como também a falta de manutenção adequada. Pelo que é percetível que esta ETAR se encontra ao abandono há muito tempo", descreveu na altura o deputado José Luís Ferreira, no documento enviado ao Ministério do Ambiente.

Posteriormente, o Ministério do Ambiente confirmou que os parâmetros, através de autocontrolo (efetuados pela Câmara de Sátão) dos efluentes tratados, "se encontram dentro dos limites legais de emissão". No entanto, a 05 de janeiro, a Agência Portuguesa para o Ambiente "constatou que a ETAR apresentava sinais de falta de manutenção, com vegetação em excesso, o que coincidiu com a presença de técnicos da autarquia a proceder à reparação do tanque (imoff)".

"Para que a preservação dos recursos hídricos não seja uma mentira", 'Os Verdes' decidiram entregar simbolicamente uma garrafa de água potável, proveniente da Barragem de Fagilde, de forma a "sensibilizar a autarquia para importância que representa o tratamento das águas residuais para a qualidade de vida da população e para o ambiente".

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Sátão, Alexandre Vaz, referiu que mantém todas as declarações que proferiu em dezembro sobre a ETAR de Rio de Moinhos, aludindo que estas acabaram por ser atestadas pelo parecer da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

"Não digo que por vezes a ETAR não tenha alguma vegetação, que nos obriga a que se faça a sua limpeza três ou quatro vezes por ano. Mas reafirmo que a ETAR de Rio de Moinhos está a funcionar perfeitamente e os resultados da APA atestam o que estou a dizer", frisou.

O autarca defendeu que a APA é clara quando diz que, após apreciação em 2015, os parâmetros das amostras recolhidas respeitam os valores limite de emissão definidos na legislação em vigor.

"A APA também diz que a água captada na albufeira de Fagilde é sujeita ao tratamento necessário para o abastecimento de água de consumo na estação de tratamento de água de Fagilde, pelo que não estão identificados quaisquer riscos para a população", sustentou.

No seu entender, a posição do Partido Ecologista não tem "qualquer razão de ser" e "só se entende se tiver motivações politicas".

"Todas as ETAR do concelho de Sátão são alvo de análises periódicas e temos um funcionário da autarquia que as visita com regularidade. A ETAR em causa é visitada pelo menos duas a três vezes por semana por esse funcionário", concluiu.

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