Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa nasceu a 12 de dezembro de 1948. “Sempre fui o filhinho protegido da minha mãe”, disse o próprio na sua biografia da autoria do jornalista Vítor Matos.
O nome é em homenagem a Marcelo Caetano, o padrinho de casamento dos pais.
O Direito da vida de Marcelo
Em 1971 licenciou-se em Direito e em 1984 doutorou-se em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa onde é professor catedrático desde 1990.
A experiência na Comunicação Social
A história de Marcelo não se resume apenas à política. A comunicação social tem também um espaço importante na sua vida. Entre 1980 e 1983 dirigiu o jornal Expresso e de 1983 a 1987 o jornal Semanário.
Depois, em 1993 passou a comentador político com a rúbrica ‘Exame’ na TSF onde permaneceu três anos. À rádio seguiu-se a televisão. Entre 2000 e 2004 comentou a atualidade no Jornal Nacional da TVI e em 2005 mudou-se para a RTP. ‘As Escolhas de Marcelo’ mantiveram-no na estação pública durante cinco anos, ao fim dos quais regressou à TVI e de onde só saiu quando anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais.
Marcelo, o político que vai a banhos
Em 1974 aderiu ao Partido Social-Democrata e no ano seguinte foi eleito deputado à Assembleia Constituinte.
No VIII Governo Constitucional, liderado por Pinto Balsemão, Marcelo foi secretário de Estado da Presidência, mas um ano depois (1982) foi promovido a ministro dos Assuntos Parlamentares.
Em 1989 concorreu pelo PSD à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Mas havia um problema: Marcelo não gozava da popularidade de que hoje goza e o rival era o ‘famosíssimo’ Jorge Sampaio. Para saltar para as luzes da ribalta, o candidato social-democrata arriscou tudo, até a sua saúde, mergulhando no rio Tejo que era, à época, um dos rios mais poluídos da Europa.
Apesar do gesto ousado, Marcelo perdeu as eleições.
Uma vida ligada ao PSD
Como já dissemos, Marcelo aderiu ao PSD no ano da sua fundação, em 1974. Nove anos depois formou, juntamente com José Miguel Júdice, Pedro Santana Lopes e Conceição Monteiro, a Ala Nova Esperança que era, nada mais, nada menos, do que um grupo de oposição interna ao então governo do Bloco Central. Daqui resultou a renovação do partido e a ascensão de Cavaco Silva à liderança dos sociais-democratas.
O seu percurso político teve muitas curvas que acabaram por o levar, em 1996, à liderança do PSD. Neste cargo ficou até 1999 e, durante três anos, viabilizou os orçamentos de Estado de António Guterres que tinha um governo minoritário.
Da liderança de Marcelo há ainda a destacar o reatar de relações entre PSD e PCP, a adesão do PSD ao Partido Popular Europeu e a realização de dois referendos: sobre a questão do aborto (venceu o ‘não’ com 50,9% dos votos) e da reforma administrativa (venceu também o ‘não’ com 63,5% dos votos).
De malas prontas para o Palácio de Belém
Durante vários meses permaneceu a incógnita: Marcelo vai ou não candidatar-se à Presidência da República?
A dúvida foi desfeita a 9 de outubro, cinco dias depois das eleições legislativas. Aliás, o então comentador político havia sempre dito que só tomaria uma decisão depois do sufrágio que determina a constituição da Assembleia da República.
A campanha foi ‘pobrezinha’, sem cartazes espalhados pelo país. Afinal não era preciso. Marcelo Rebelo de Sousa entrou, durante 15 anos, na casa dos telespectadores. Foi o convidado especial de domingo à noite e hoje é o primeiro dia do resto da sua vida enquanto Presidente de Portugal e dos portugueses.