"Portas assusta-me. Como podia aceitar um homem sem palavra?"
António Lobo Antunes considera o termo “geringonça”, usado por parte da Direita para descrever o acordo de Governo que o PS garantiu à Esquerda, “é de um mau gosto incrível”.
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Política Lobo Antunes
António Lobo Antunes não faz distinções entre a Esquerda e a Direita. Diz até que se irrita com a distinção, especialmente quando nos tempos que correm rareiam bons exemplos.
“O que me faz impressão é a mediocridade dos nossos políticos. Mas agora também é universal. O Hollande não vale um traque. O Rajoy também é um medíocre”, fenómeno que sente à Esquerda e à Direita. “Onde é que estão tipos como o Churchill, o de Gaulle, o Willy Brandt, o Olof Palme ou o Helmut Schmidt”, questiona. E responde de seguida: “não existem”.
O momento aconteceu numa entrevista publicada pelo suplemento Weekend do Jornal de Negócios em que Lobo Antunes é questionado sobre se tal o assusta na nossa atualidade política. O escritor admite: “Claro que assusta. Como me assusta o Trump, como me assusta o Paulo Portas”, sobre quem diz ser um “espertalhão, que é completamente diferente de ser inteligente”.
“Como é que eu podia aceitar um homem sem palavra? ‘A minha decisão é irrevogável’. Isto é imperdoável. Um homem destes não era aceite por nenhum partido num país civilizado”, diz ainda sobre o líder demissionário do CDS.
As críticas do escritor incluem ainda Miguel Relvas, que associa aos jovens que entram muito cedo nas juventudes partidárias e tiram mais tarde “metacursos [universitários] nas privadas”. “Bastava olhar para a cara dele: aquilo brilhava de estupidez” afirma numa entrevista em que a classe política não é poupada.
“Os políticos têm medo da cultura. Um povo culto não tolerava estes ministros, estes discursos, esta mediocridade”, afirma.
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