Depois de ontem Paulo Portas ter anunciado publicamente, após reunião da Comissão Política, que não se recandidatará à liderança do CDS, a Rádio Renascença ouviu a opinião do histórico centrista Adriano Moreira sobre o passado, presente e futuro do partido.
Questionado sobre os quase 16 anos em que Portas esteve ‘aos comandos’ do CDS, o professor universitário considera que “fez uma gestão com resultado positivos para o partido” e “teve uma intervenção importante na política (...), sobretudo durante a crise da troika”.
“Isso não significa que toda a gente do partido concorde, mas essa política foi possível com o entendimento que ele próprio fez da situação. Isso parece-me evidente”, reforça Adriano Moreira, acrescentando que o momento escolhido por Portas para sair da liderança se deve ao facto de ter entendido que “havia uma necessidade de reformulação” do CDS.
“Esta minha conclusão é coerente com a opinião que tenho de que todos os partidos precisam de se reformular porque têm programas relacionados com uma conjuntura que desapareceu, que está em mudança. Depois de tantos anos de direcção no partido, julgo que, pelas poucas declarações que foram tornadas públicas, ele acha que já tem uma nova geração preparada para enfrentar os desafios”, sustenta.
E que nomes fazem parte dessa “nova geração”? Adriano Moreira recusa comprometer-se com nomes mas reconhece que “há três ou quatro jovens, e não faço distinção entre eles, que revelam grande capacidade e vontade de se dedicar às tarefas do governo”. Mas “uma coisa” é certa na opinião do conselheiro de Estado (eleito recentemente pelo próprio Paulo Portas), o CDS “tem muito por onde escolher”.
“Não vou tentar adivinhar o que vai acontecer. Seja qual for a solução, vai sair alguém com capacidade e futuro, capaz de redefinir o partido na vida portuguesa”, assegura Adriana Moreira, recordando em jeito de conclusão, na antena da Rádio Renascença, que “a União Europeia foi feita pelas democracias cristãs, sobre isso não há dúvidas”.