No 'Jornal da Noite' da SIC, Miguel Sousa Tavares comentou, esta segunda-feira, que o Banif é mais um caso político e apontou o dedo tanto à política como ao sistema financeiro, numa altura em que o banco insular se tornou o caso mais recente a marcar o setor bancário nacional.
“Há aqui qualquer coisa que não está a funcionar, quer no sistema bancário, quer na gestão dos bancos, quer na supervisão, quer na atitude política em relação a isto”, afirmou o comentador na antena da SIC, acrescentando que, na altura da capitalização do Banif, já tinha dito “que era provavelmente dinheiro perdido. Infelizmente está à vista”.
“Este foi dossier do anterior governo, que pelos vistos deixou uma bomba armadilhada, porque deveria ter tentado resolver melhor até março deste ano”, critica Sousa Tavares.
Havia eleições, era preciso saída limpa e portanto ficou esta bomba armadilhada, que compromete toda a história do governo da saída limpa”, acrescenta.
Miguel Sousa Tavares vai ainda mais longe nas suas críticas, com o comentador a dizer mesmo que o Banif “foi um banco onde os políticos encontraram sempre acolhimento”. O acolhimento, entenda-se, diz respeito aos próprios corpos sociais do banco ao longo dos anos.
“Todo o PSD da Madeira – todo o ‘jardinismo’ – passou por lá, grande parte do PSD do Continente e parte do PS também”, afirmou, acrescentando que “nunca devia ter havido uma licença para este banco”.
Sousa Tavares considera ainda que “em nome do Banif, Portugal cometeu um dos atos mais indignos da sua história, que foi aceitar a adesão da Guiné-Equatorial à CPLP, com a contrapartida de que a Guiné-Equatorial ia investir no Banif”.