"País está condenado a viver numa espécie de twilight zone"
Francisco Assis alerta para o "grande desafio" que António Costa tem pela frente.
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Política Francisco Assis
Há semanas, Francisco Assis teve destaque mediático quando tentou juntar apoiantes no seio do PS que estavam contra uma solução governativa de Esquerda. Votações internas mostraram que a maioria do PS preferia a solução negociada por António Costa com os partidos à sua Esquerda no Parlamento.
Agora que António Costa já é o novo primeiro-ministro português, Francisco Assis assina um artigo de opinião no jornal Público onde alerta para o que o secretário-geral do seu partido terá de lidar, entre o Parlamento português e o Parlamento Europeu. Pelo meio, deixou ainda críticas ao atual momento de crispação e novidade política.
"Entre uma Direita que ainda não percebeu que perdeu a maioria absoluta e uma Esquerda que acredita piamente que ganhou as eleições, o país está condenado a viver numa espécie de twilight zone", considera Assis.
Já sobre os desafios do país no plano económico, o discurso é cauteloso. "É possível pensar uma política séria de relançamento económico ignorando a verdadeira dimensão da dívida pública e da dívida privada dos portugueses? Não creio", escreve Francisco Assis, que considera que o novo Governo PS, por estar" alicerçado numa maioria de Esquerda, tenderá a desvalorizar esta questão, mas estará condenado a confrontar-se com a mesma".
O militante do PS que mais se mostrou contra a solução governativa socialista elogia as "capacidades superiores no domínio da abordagem dos fatores conjunturais da política" de António Costa. Mas alerta para o "grande desafio" que tem pela frente.
E esse desafio passa por Costa conseguir conciliar o apoio à Esquerda que PS tem no Parlamento "com o entendimento estrutural que prevalece no Parlamento Europeu". Para tal, será necessário um "entendimento mais vasto e profundo com o PPE", isto é, a 'família' política europeia do PSD e do CDS.
Apesar dos elogios às capacidades de António Costa na gestão deste desafio, Assis admite o seu "ceticismo no plano da coerência estratégica", relativamente ao que será a política do PS nos tempos que se avizinham.
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