Corte de 4 mil milhões divide Governo
A maioria dos ministros que compõem o actual Governo quer diluir o corte de quatro mil milhões de euros na despesa do Estado por três anos, mas o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, quer manter o prazo limite até 2014, avança o semanário Expresso. Prevê-se, por isso, que o debate no Conselho Ministros extraordinário, agendado para este sábado, seja intenso.
© LUSA
Política Reforma do Estado
A cerca de 15 dias da sétima avaliação da troika, o Conselho de Ministro reúne hoje extraordinariamente devido à ausência do País, quinta e sexta-feira, do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho para estar presente no Conselho Europeu. E, como se especulou nos últimos dias, o corte de quatro mil milhões de euros vai estar em cima da mesa mas, ao que apurou o Expresso, não promete ser um tema consensual entre os membros do Governo e, por isso, não deverá ficar fechado.
Vários ministros defendem a diluição deste corte por três a quatro porque não acreditam que seja possível em apenas um ano cumprir o plano de rescisões com milhares de funcionários do Estado, uma das principais medidas previstas para o corte de quatro mil milhões.
Para conseguir este objectivo, explica uma fonte oficial ao semanário, é preciso apresentar à troika uma plano de reforma e reestruturação do Estado credível e capaz de transmitir exequibilidade.
No entanto, quem não promete concordar com esta medida é o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que “sabe que falar de diluição dos cortes em dois anos pode significar diluí-los por quatro [anos]".
Sendo que sabe-se também que, o ministro Vítor Gaspar está disposto a cumprir o princípio de definir desde já o corte dos quatro mil milhões na despesa do Estado e que até pode ter de ser antecipado para este ano se o Tribunal Constitucional chumbar os artigos do Orçamento de Estado relativos aos cortes nas pensões e subsídios, dado que compromete a execução orçamental.
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