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"Nem sequer tinha consciência da taxa de álcool e não acho que deva renunciar ao mandado"

A deputada socialista Glória Araújo, que foi apanhada, há sensivelmente um mês, a conduzir com uma taxa de 2,41 gramas de álcool por litro de sangue, quebra o silêncio e garante, em entrevista ao jornal i, que o “erro” que cometeu não a obriga “a renunciar ao mandato” no Parlamento. A responsável adianta que “nem sequer tinha consciência da taxa” que acusaria, e, colocando-se no plano de uma cidadã comum, não percebe a ‘crucificação’ do seu acto em praça pública.

"Nem sequer tinha consciência da taxa de álcool e não acho que deva renunciar ao mandado"
Notícias ao Minuto

06:57 - 04/02/13 por Notícias Ao Minuto

Política Glória Araújo

“A análise que faço do que se passou e do erro que cometi não me leva a concluir que isso me obrigue a renunciar ao meu mandato ou a tomar qualquer outro tipo de atitude para além daquela que já tomei”. As palavras pertencem à deputada do PS, Glória Araújo, cujo nome saltou para as páginas dos jornais a partir do momento em que lhe foi detectada uma taxa de 2,41 gramas de álcool por litro de sangue, enquanto conduzia. “Serei julgada e, a sentença que me for atribuída, cumpri-la-ei como qualquer outro cidadão”, sublinha.

A responsável assegura que se fosse hoje não voltaria a pegar no carro, naquelas circunstâncias. E, pela primeira vez explica o que sucedeu: “A intenção não era ir viajar àquela hora. Evidentemente que isso não é desculpa para coisa nenhuma, tinha a consciência de que estava a conduzir um carro, sabia que tinha consumido bebidas alcoólicas mas é evidente que não tinha a consciência de que seria aquela taxa. No momento não tinha a consciência de que estaria a cometer uma ilegalidade porque não teria a noção de que seria essa a taxa de alcoolemia que poderia acusar”.

No que diz respeito à questão do levantamento da imunidade parlamentar, que tanta tinta fez correr, a socialista defende-se, afirmando que “que não é preciso uma grande capacidade de raciocínio para perceber que alguém que estivesse interessado em utilizar a imunidade parlamentar não se apresentaria no dia a seguir em tribunal”. “O que entendo é que há infracções que alguém que desempenha um cargo público comete que podem ser impeditivas do desempenho da sua função. Esta, entendo que não. Não entendo que o tenha feito por abuso da função que desempenho”, realça a socialista.

Ao mesmo tempo, no entender de Glória Araújo, “não faz sentido que um deputado seja considerado um funcionário público”, acrescentando: “Tenho plena consciência de que cumpri escrupulosamente aquilo que me é exigido e que está previsto no regimento da Assembleia da República, que é o que todos os outros deputados fazem e que eu própria fiz no passado e que nunca foi contestado”. Assim, prossegue, “entendi que a questão da imunidade parlamentar não se punha em causa, porque só deve ser aplicada a actos que tenham directamente a ver com o desempenho das funções”.

Glória Araújo revela que outros deputados há que já se viram a braços com situações idênticas. “Não vou citar outros exemplos, e muito menos nomes de outras pessoas a quem isso aconteceu, mas tenho conhecimento de que já aconteceu a outros deputados”, adianta.

Por outro lado, salienta a deputada, não perceber “a curiosidade de certos meios de comunicação social em relação a pormenores que são da absoluta reserva da vida privada”. “Compreendo que haja, por parte de alguma sociedade, uma condenação à minha irresponsabilidade, mas não compreendo toda a fabulação que se fez acerca da história, não compreendo todas as mentiras que foram publicadas acerca do assunto”, remata Glória Araújo.

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