No comentário semanal na TVI24, Augusto Santos Silva questionou: “Se as sondagens não são fantásticas para o PS como são para a coligação?”.
“Não são fantásticas porque o PS quer a maioria absoluta, mas a coligação também o quer”, afirma.
Sobre as sondagens da semana passada elaboradas pela Eurosondagem e pela Aximage, o comentador admite que os resultados são interessantes. “As sondagens mostram que aparentemente se vai acentuando a bipolarização. As margens que existem à esquerda e ao centro juntas não parecem passar dos 25% e há que ter força para impedir esta dinâmica de bipolarização”, frisa.
Contudo, o antigo ministro socialista diz não estar surpreendido com este resultado "porque a alternativa aqui é de natureza dicotómica. Há aqui dois argumentos que são poderosos. Do lado da coligação, o discurso é o de que herdaram um país em más condições e puseram-no em condições melhores. Do lado do PS, o discurso defende que o que a coligação promete é a continuação da austeridade que não leva a lado nenhum”, argumenta.
“Estes dois argumentos são suficientemente poderosos para não haver espaço para outros argumentos. Claro que esse espaço podia acontecer se na Grécia estivesse a suceder uma história diferente, mas assim cada vez há menos espaço para o terceiro posicionamento”, remata.