O candidato à Presidência da República, Paulo Morais deu uma palestra em Palmela, sob o mote 'A Corrupção na Origem da Crise' e como exemplo deu: a Ponte Vasco da Gama.
“É um exemplo de como a corrupção se torna sistémica em Portugal. Um caso que me choca particularmente”, indica Paulo Morais ao jornal Setúbal na Rede.
Para o candidato a Belém, esta ponte que liga Lisboa à margem Sul do Tejo, foi feita por privados “porque o Estado não tinha dinheiro”.
A ponte terá custado 870 milhões de euros, dos quais os privados pagaram 200 milhões, outros 300 provieram de um fundo perdido da União Europeia, mais 300 milhões de um empréstimo do Banco Europeu de Investimento e o restantes das portagens da Ponte 25 de Abril.
“Os senhores que fizeram esta ponte conseguiram, com apenas 200 milhões de euros, ser donos, por uma geração, das portagens da Ponte Vasco da Gama e da Ponte 25 de Abril”, acrescenta.
Ainda sobre a construção da ponte, Paulo Morais indica que “o Estado português, que não tinha dinheiro para fazer a ponte, afinal já tinha dinheiro para indemnizar os privados em duas vezes o preço da referida ponte”, explica.
Contudo, para Paulo Morais, o “problema é quando a corrupção se torna uma atividade permanente ligação entre os privados e o Estado. Não por acaso, hoje os gestores da Lusoponte são as pessoas que, na altura, trabalhavam no Governo”.