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"O PSD devia pedir desculpa aos portugueses"

Em jeito de balanço, o economista não poupa críticas a PSD e PS. No entanto, faz um balanço positivo em relação à situação económica portuguesa.

"O PSD devia pedir desculpa aos portugueses"
Notícias ao Minuto

10:46 - 11/05/15 por Notícias ao Minuto

Política Eduardo Catroga

O ex-ministro das Finanças de Cavaco e atual chairman da EDP, Eduardo Catroga analisou para o jornal Público o Programa de Estabilidade que o Governo enviou para Bruxelas e ainda o cenário macroeconómico proposto pela PS.

Catroga é crítico em relação ao documento dos socialistas, mas também não poupa os sociais-democratas.

Em jeito de balanço, Catroga recorda os momentos em que Portugal passou por uma das fases mais difíceis. "Em 2011, o país estava à beira da bancarrota, sem credibilidade externa, com taxas de juro astronómicas, sem financiamento externo do lado dos mercados, tinha tido uma década de estagnação económica, de criação de desequilíbrios excessivos no défice público, nas contas externas, no stock da dívida pública, no endividamento público e privado ao ponto de ter de recorrer a um programa de assistência financeira”, explica.

“Passados quatro anos, recuperou credibilidade externa, que era a condição necessária para que pudesse retomar condições de financiamento normal. Sem isso não seriam criadas as bases para o financiamento da economia, logo, para a retoma do processo de crescimento económico”, indica.

Analisando a presença da troika no país, o economista tem a dizer que foi um momento "duro", com uma "grande taxa de sacrifício para as famílias e para as empresas, que se repercutiu não só no corte dos salários, pensões" mas também "no aumento da taxa de desemprego”.

Mas, sublinha, “Portugal, ao fim de quatro anos, conseguiu equilibrar as contas externas, conseguiu estabilizar o crescimento da dívida pública, da dívida externa líquida e está no início de uma recuperação económica ainda frágil”.

Catroga tece porém, nesta entrevista, duras críticas ao PSD, dizendo que por se ter atrasado no processo de redução da despesa pública deveria pedir desculpas. "O PSD atrasou-se no processo de redução da despesa pública e, por isso, devia pedir desculpa aos portugueses. E, em vez do colossal aumento de impostos deveria ter feito uma colossal redução da despesa. Deveria fazer autocrítica por não ter a pedagogia das medidas e sofrer com isso”, declara.

Já quanto à oposição, sustenta que “é inédito, o PS, por erros de comunicação e tiros no pé do Governo, conseguiu, ao fim de seis meses, saltar do barco que ele próprio tinha ajudado a afundar como se não tivesse nada a ver com o barco afundado”.

Relativamente ao cenário macroeconómico do PS, elaborado por 12 economistas, o ex-ministro considera que "as propostas eleitorais devem ser submetidas à discussão pública, para depois os partidos fazerem então o seu programa definitivo”.

“É um documento que é mais um input que vai ajudar a criar propostas realistas. Vejo uma viragem do PS a caminho do centro político e de uma política económica de rigor que nunca teve enquanto conduziu o Governo. Não teve com Mário Soares, não teve com António Guterres e muito menos a teve com José Sócrates", defende.

Fazendo um apelo aos partidos pede mesmo que sejam apresentados programas realistas e não otimistas. “Faço pessoalmente um apelo ao PS, ao PSD e ao CDS, que ainda não apresentaram programas eleitorais: por favor, não façam promessas com base em cenários otimistas, as promessas têm de ser feitas com base em cenários conservadores”, remata.

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