Riscos para as propostas do PS vêm da Europa
As maiores ameaças ao cenário macroeconómico do PS resultam da falta de crescimento da União Europeia ou da adoção de novas políticas de austeridade, considerou hoje o economista João Ferreira do Amaral.
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Política Ferreira do Amaral
"O risco, a meu ver, está naquilo que a proposta assume indiretamente, ou seja, que haverá uma recuperação rápida da Europa que permitirá que as nossas exportações cresçam também rapidamente, a um ritmo superior a 5% ao ano. Aí é que pode estar o risco, se a Europa não crescer e se enredar de novo em políticas de austeridade mal concebidas e mal executadas", destacou o economista, à margem do 7.º Congresso da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), a decorrer em Lisboa.
O também presidente da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF) sublinhou que se trata de um "conjunto de medidas interessante, sólido, bem estudado,que contrastam com a proposta do Governo, também ela sólida, dentro de uma certa visão" e que há, por isso, "condições para que o debate sobre questões económicas melhore nestas eleições".
Ferreira do Amaral assinalou que estão em confronto duas diferentes visões sobre a economia: "as ideias da 'troika'", em que a consolidação orçamental anda "a par com a desvalorização interna dos rendimentos", e em que a recessão é indutora dessa mesma consolidação orçamental, e outra visão em que "é o impulso da atividade económica que permitirá a consolidação orçamental porque dará mais receitas ao Estado e diminuirá as despesas".
O economista considera que as propostas socialistas são exequíveis, mas confessou ter algumas dúvidas quanto ao alcance da redução da Taxa Social Única (TSU) a cargo dos trabalhadores: "Não vejo que haja necessidade disso, mas talvez seja por não estar suficientemente explicada a intenção. (...) Não sei se vale a pena", se puser em causa a sustentabilidade futura das pensões.
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