Desde que a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) foi criada, em 2012, os nomes de 26 gestores públicos receberam parecer negativo, enquanto a outros 12 foram apontadas limitações. Até agora, o Governo tinha dado sempre ouvidos à Cresap. Ana Pinho é a primeira exceção, revela o jornal Público.
A gestora pública, que foi subdiretora de um gabinete do Ministério do Emprego e Segurança Social, foi escolhida como vogal do Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego, uma entidade que gere fundos monetários. A Cresap apontava-lhe falta de experiência para o cargo, num parecer “com reservas”. Ainda assim, o Governo manteve a sua opção.
Porém, o ministério de Poiares Maduro, que tutela o organismo, argumentou em defesa da gestora que “a idoneidade e a competência da candidata” não haviam sido postas em causa.
Em todos os casos anteriores de nomeações de gestores públicos, realça o mesmo jornal, o Governo encontrou sempre alternativas, apesar de estes pareceres da Cresap não terem caráter vinculativo.
O parecer em causa foi remetido ao Executivo no início de dezembro do último ano. Dia 11 do mesmo mês, a nomeação foi confirmada em Conselho de Ministros, com o ‘sim’ de todos os membros do Governo. A resolução acabaria por ser publicada em Diário da República dias depois, com assinatura de Pedro Passos Coelho.