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Bloco contra plano de mais uma superfície comercial em Sintra

O Bloco de Esquerda de Sintra manifestou-se hoje contra o Plano de Pormenor da Abrunheira Norte (PPAN), que prevê mais uma grande superfície junto ao IC19, considerando que o plano "aumenta a pressão imobiliária sobre zonas sensíveis" do concelho.

Bloco contra plano de mais uma superfície comercial em Sintra
Notícias ao Minuto

12:40 - 08/01/15 por Lusa

Política Partidos

"Criando as ilusões da requalificação urbana e ambiental e do impulso da economia, o PPAN reproduz erros do passado, já condenados pelas populações", afirmou hoje, em comunicado, a coordenação do Bloco de Esquerda (BE) de Sintra.

A proposta do PPAN prevê a construção em cerca de 70 hectares, no final do Itinerário Complementar 19 (Lisboa-Sintra), de uma área comercial da Sonae, serviços, hotéis, clínica privada e parque urbano e de lazer, a "Sintra dos Pequeninos", com miniaturas de monumentos da vila.

"Estranha-se que a Câmara de Sintra esteja a criar expectativas a alguns grupos económicos antes de concluir a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), processo que deverá reduzir áreas urbanizáveis e garantir proteção ambiental e patrimonial", criticou o BE.

No comunicado, divulgado no âmbito da consulta pública que decorre até 09 de janeiro, acrescenta-se que "a documentação posta à discussão é rica em omissões e contradições, não revelando uma visão sistémica da implantação do projeto no território".

Para o BE, o PPAN não responde a "necessidades de equipamentos e infraestruturas já sentidas pelos habitantes da zona" ou justifica "a viabilidade e racionalidade de outra superfície comercial, a dita 'cidade Sonae', junto ao IC19, considerando as existentes ou os efeitos no trânsito (sobrecarga das vias e infraestruturas) e no comércio local (redução de postos de trabalho) ".

O "impacto visual causado pela construção na fronteira do Parque Natural [de Sintra-Cascais] e da zona classificada pela UNESCO, antevendo-se mais uma cicatriz de betão na paisagem", é também apontado como negativo pelo BE, que alerta para os "custos ambientais" do projeto "numa área considerada sensível" pelo Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa.

No parecer endereçado ao presidente da autarquia, o BE defendeu que "a revisão do PDM em curso constitui uma oportunidade para corrigir alguns dos graves erros do atual plano", com "redução das áreas de solo urbanizável" e "mecanismos para reabilitação e requalificação de áreas urbanas consolidadas".

"Muito se fala da criação de postos de trabalho (1.120 diz o projeto, 1.800 diz a Câmara Municipal de Sintra nos seus panfletos, 90% de postos precários), mas pouco ou nada se reflete sobre o potencial destruidor de trabalho que o plano representa", sublinha-se no parecer.

Em alternativa ao PPAN, o BE propôs que a autarquia obrigue os proprietários a limparem e cuidarem dos seus terrenos e promova um plano de requalificação de zonas industriais e comerciais abandonadas "para instalação de novas indústrias e serviços, visando a criação de emprego".

O PPAN tem sido contestado pela CDU de Sintra e por moradores da Abrunheira, que promovem uma petição na internet (www.change.org), que até ao momento reuniu 1.938 subscritores, e se constituíram no Movimento de Cidadania "Não à Cidade Sonae em Sintra".

A Câmara de Sintra considera que o investimento do PPAN vai recuperar uma área degradada do concelho, com a criação de um parque urbano e de lazer, representa um investimento de cerca de 125 milhões de euros e vai criar postos de trabalho no concelho.

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